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Viagem começa animada antes mesmo do embarque
DO ENVIADO ESPECIAL
Ônibus lotados. Clima de festa.
Um olhar em volta revela famílias
inteiras, grupos de amigos, estrangeiros, casais à procura de
tranqüilidade. A funcionária no
ônibus anima os passageiros,
num prenúncio do que está por
vir: diversão. Assim começa a viagem para a maioria das pessoas
que vão de São Paulo a Santos para embarcar em um dos navios
desta temporada de cruzeiros.
O deslocamento não demora
mais que 40 minutos, suficientes
para as recomendações básicas:
sem documento de identidade ou
passaporte ninguém embarca. As
malas vão direto para as cabines.
Mas um pouco de receio ainda estampa o rosto da maioria, principalmente de quem viaja de navio
pela primeira vez. Balança muito?
Será que causa enjôo?
Instintivamente são recordadas
cenas do filme "Titanic". Não. As
reminiscências não são sobre a
tragédia, mas sobre o glamour da
viagem. Sobressaem os casais,
que buscam romance.
As lembranças cinematográficas diminuem perto do porto. As
ruas do entorno são estreitas e
feias. Acostumados ao choque
paisagístico, funcionários mantêm o astral, desviando a atenção.
"Pessoal, daqui podemos ver o
navio: olhem que lindo!"
Documentos apresentados e fichas preenchidas, é hora de embarcar no Costa Romantica. Marinheiras aguardam os passageiros para as boas-vindas e a foto
com uma bóia colorida no pescoço. A recordação, depois exibida a
bordo, custa US$ 17.
Engana-se quem pensa que o
espaço físico obrigará a uma diminuição de atividades. Ao contrário. É dada a largada para andar, correr, dançar, malhar e, claro, relaxar. E muito.
Missão número 1: descobrir onde está a cabine; direita ou esquerda? Melhor pegar o elevador ou a
escada? São 11 andares. Mas para
cá ou para lá? Prepare-se, não será
fácil encontrá-la também na segunda, na terceira, na quarta vez...
Pode ser que até o final da viagem
você se habitue.
Missão número 2: desvendar o
navio. O que tem em cada um dos
11 pavimentos de 220 metros de
comprimento cada um? Restaurantes, bares, mini-shopping, cassino, teatro, piscinas. Uma minicidade sacolejando em alto mar.
O apito soa forte. Hora de arranjar um espacinho no terraço
mais alto para a despedida. Na
ponta da praia, bombeiros se despedem da embarcação, e há até
uma queima de fogos.
Pronto. E na seqüência? Voltar a
andar, comer, beber, dançar, malhar, jogar, correr, nadar. Não há
noite sem programação. Na primeira, é possível encarar um tour
guiado pelo navio. Dançar axé na
piscina ou malhar nas academias.
Comer, assistir a um show. Ganhar mais calorias nos bares ou
gastá-las andando. Até que alguém anuncia: "Uma da manhã!
Vai começar a funcionar a discoteca!". Depois, adrenalina em alto
nível e sol por nascer. Nada melhor do que voltar ao terraço mais
alto. Dormir? Fica a seu critério.
Sem tempestade, não há enjôo
nem fortes emoções com o mar.
Só uma leve sensação de balanço.
"O organismo logo acostuma",
diz um passageiro experiente. Nada de estresse. O cruzeiro está só
começando. E ainda há muito que
andar, nadar, comer, dançar, jogar, correr e comer.
(FM)
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