São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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ÁFRICA DO ALTO

Teco-teco decola no deserto rumo ao mar

No trajeto, há resquícios da presença humana, como casas e carros, que estão semienterrados pela areia

DO ENVIADO ESPECIAL À NAMÍBIA

Depois de passar a manhã no deserto da Namíbia, é hora de embarcar no avião Cessna rumo ao sobrevoo pelo país.
Às 14h, a aeronave com capacidade para quatro pessoas mais o piloto está preparada para decolar com destino à costa dos Esqueletos, uma região de 16.000 km2, que se estende do rio Ugab ao rio Kunene.
O nome vem dos esqueletos de casas, aldeias e navios que margeiam a água. O início do voo é pura adrenalina, tanto pela imensidão do deserto quanto pelo frio na barriga de atingir uma altura em que o deserto se perde do horizonte.
São cerca de 30 minutos até o continente encontrar o oceano Atlântico. As primeiras surpresas que o litoral namibiano oferece começam a aparecer. Antes, um pouso para um rápido lanche. O olhar se perde no encontro do cascalho branco do chão com o azul do céu.
Num giro de 360, o viajante só vê essas duas cores, nada de vida animal ou humana.
O avião parte e, após alguns minutos, há o primeiro vestígio de que um dia o homem passou por ali. Esqueletos de casas e veículos utilizados no início do século 20 são encontrados. Focas (cerca de 340 mil) vivem na costa, e flamingos são vistos por todo o litoral. Minutos depois, o enorme navio Eduard Bollen é avistado. Naufragado em 1909, está em decomposição no meio da areia. Essas relíquias estão quase totalmente enterradas. Às vezes, vê-se só um mastro.
Enfim, os primeiros seres humanos começam a aparecer.
São poucos pescadores que, com seus molinetes, tentam fisgar peixes. Mais uma parada e, dessa vez, temos o primeiro contato humano no litoral da Namíbia. São cinco pescadores que relaxam no final do dia.
O avião decola para mais um voo, e chega-se ao último passeio do dia: as formações Ugab. São encantadoras cenas desérticas e enormes formações geológicas de tons vermelhos misturados com marrom e branco.
É fim de tarde, e o avião pousa. Veículos 4x4 levam os visitantes ao simples, mas surpreendente, Kuidas Camp, com vista para o deserto repleto de planícies e montanhas no horizonte. No acampamento não há energia. O jantar é à luz de velas, e lanternas são entregues para que os hóspedes possam caminhar. (DANILO VERPA)


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