|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ÁFRICA DO ALTO
Teco-teco decola no deserto rumo ao mar
No trajeto, há resquícios da presença humana, como casas e carros, que estão semienterrados pela areia
DO ENVIADO ESPECIAL À NAMÍBIA
Depois de passar a manhã no
deserto da Namíbia, é hora de
embarcar no avião Cessna rumo ao sobrevoo pelo país.
Às 14h, a aeronave com capacidade para quatro pessoas
mais o piloto está preparada
para decolar com destino à costa dos Esqueletos, uma região
de 16.000 km2, que se estende
do rio Ugab ao rio Kunene.
O nome vem dos esqueletos
de casas, aldeias e navios que
margeiam a água. O início do
voo é pura adrenalina, tanto
pela imensidão do deserto
quanto pelo frio na barriga de
atingir uma altura em que o deserto se perde do horizonte.
São cerca de 30 minutos até
o continente encontrar o oceano Atlântico. As primeiras surpresas que o litoral namibiano
oferece começam a aparecer.
Antes, um pouso para um rápido lanche. O olhar se perde no
encontro do cascalho branco
do chão com o azul do céu.
Num giro de 360, o viajante só
vê essas duas cores, nada de vida animal ou humana.
O avião parte e, após alguns
minutos, há o primeiro vestígio
de que um dia o homem passou
por ali. Esqueletos de casas e
veículos utilizados no início do
século 20 são encontrados. Focas (cerca de 340 mil) vivem na
costa, e flamingos são vistos
por todo o litoral. Minutos depois, o enorme navio Eduard
Bollen é avistado. Naufragado
em 1909, está em decomposição no meio da areia. Essas relíquias estão quase totalmente
enterradas. Às vezes, vê-se só
um mastro.
Enfim, os primeiros seres
humanos começam a aparecer.
São poucos pescadores que,
com seus molinetes, tentam
fisgar peixes. Mais uma parada
e, dessa vez, temos o primeiro
contato humano no litoral da
Namíbia. São cinco pescadores
que relaxam no final do dia.
O avião decola para mais um
voo, e chega-se ao último passeio do dia: as formações Ugab.
São encantadoras cenas desérticas e enormes formações geológicas de tons vermelhos misturados com marrom e branco.
É fim de tarde, e o avião pousa. Veículos 4x4 levam os visitantes ao simples, mas surpreendente, Kuidas Camp,
com vista para o deserto repleto de planícies e montanhas no
horizonte. No acampamento
não há energia. O jantar é à luz
de velas, e lanternas são entregues para que os hóspedes possam caminhar.
(DANILO VERPA)
Texto Anterior: África do alto: Inóspito: Tour por Sossusvlei começa cedo e exige preparo físico Próximo Texto: África do alto: Deslizar de jipão pelas dunas é arrepiante Índice
|