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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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Som nordestino pasma platéia

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Cabruêra, coletivo de cabra, é também sinônimo de cinco "cabras da peste" saídos em sua maioria do Nordeste para ganhar o mundo. A última parada do grupo -que estará em 13 de junho na festa de são João em Campina Grande (PB)- foi o Western Union Dunya Festival, em que o Cabruêra mostrou ao mundo as influências do seu som.
Formada pelos paraibanos Arthur Pessoa, Zé Guilherme, Fredi Guimarães, pelo pernambucano Tom Rocha e pelo carioca Fabiano Soarez, a banda, com menos de cinco anos de vida, já esteve no Abril Pro Rock (celeiro de bandas independentes no Brasil) e circulou por países da Europa, como Alemanha e Bélgica.
Em janeiro deste ano, foi destaque no Midem, festival mundial de selos independentes, na França. O primeiro CD, "Cabruêra" (2000), foi um lançamento independente, que mais tarde passou a ser distribuído pelo selo Nikita.
No segundo dia do Dunya 2003, debaixo de muita chuva, a banda revelou uma junção de ritmos nordestinos -o grupo bebe em fontes como Tom Zé, Hermeto Paschoal e Naná Vasconcelos-, com uma intensa influência da literatura de cordel e do teatro.
O resultado foram olhares atônitos do público, que se espantou ao ver os músicos tirando som de um violão com um lápis.
"Eu não tenho como definir o som da banda. Nós temos uma influência muito grande da literatura de cordel, mas a literatura universal também oferece uma contribuição fabulosa", diz o vocalista e percussionista Zé Guilherme.
O Cabruêra já flertava com o Dunya de uma maneira engraçada. Arthur Pessoa (voz, acordeão, pandeiro e violão), há algum tempo, sabia da importância do evento entre as bandas independentes e tatuou um camaleão, símbolo do festival, na perna direita.
Tempos depois, Ole Jorgensen, responsável pela programação musical do Dunya, ouviu, no Rio de Janeiro, o CD do grupo. Era o que faltava para que o Cabruêra fosse parar em Roterdã.
"Fazemos uma música experimental. Buscamos sons em outros instrumentos e, mais do que isso, usamos os instrumentos tradicionais de forma diferente", diz Arthur.
Também merece destaque a apresentação da brasileira Heloise Baylão, que subiu ao palco no segundo dia com um repertório tipicamente nordestino, que passou pelo baião, pelo forró e pelo xote. (CF E JS)


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