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Som nordestino pasma platéia
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Cabruêra, coletivo de cabra, é
também sinônimo de cinco "cabras da peste" saídos em sua
maioria do Nordeste para ganhar
o mundo. A última parada do
grupo -que estará em 13 de junho na festa de são João em Campina Grande (PB)- foi o Western Union Dunya Festival, em
que o Cabruêra mostrou ao mundo as influências do seu som.
Formada pelos paraibanos Arthur Pessoa, Zé Guilherme, Fredi
Guimarães, pelo pernambucano
Tom Rocha e pelo carioca Fabiano Soarez, a banda, com menos
de cinco anos de vida, já esteve no
Abril Pro Rock (celeiro de bandas
independentes no Brasil) e circulou por países da Europa, como
Alemanha e Bélgica.
Em janeiro deste ano, foi destaque no Midem, festival mundial
de selos independentes, na França. O primeiro CD, "Cabruêra"
(2000), foi um lançamento independente, que mais tarde passou
a ser distribuído pelo selo Nikita.
No segundo dia do Dunya 2003,
debaixo de muita chuva, a banda
revelou uma junção de ritmos
nordestinos -o grupo bebe em
fontes como Tom Zé, Hermeto
Paschoal e Naná Vasconcelos-,
com uma intensa influência da literatura de cordel e do teatro.
O resultado foram olhares atônitos do público, que se espantou
ao ver os músicos tirando som de
um violão com um lápis.
"Eu não tenho como definir o
som da banda. Nós temos uma influência muito grande da literatura de cordel, mas a literatura universal também oferece uma contribuição fabulosa", diz o vocalista e percussionista Zé Guilherme.
O Cabruêra já flertava com o
Dunya de uma maneira engraçada. Arthur Pessoa (voz, acordeão,
pandeiro e violão), há algum tempo, sabia da importância do evento entre as bandas independentes
e tatuou um camaleão, símbolo
do festival, na perna direita.
Tempos depois, Ole Jorgensen,
responsável pela programação
musical do Dunya, ouviu, no Rio
de Janeiro, o CD do grupo. Era o
que faltava para que o Cabruêra
fosse parar em Roterdã.
"Fazemos uma música experimental. Buscamos sons em outros instrumentos e, mais do que
isso, usamos os instrumentos tradicionais de forma diferente", diz
Arthur.
Também merece destaque a
apresentação da brasileira Heloise Baylão, que subiu ao palco no
segundo dia com um repertório
tipicamente nordestino, que passou pelo baião, pelo forró e pelo
xote.
(CF E JS)
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