São Paulo, quinta-feira, 02 de agosto de 2007

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BALANÇA MAS NÃO CAI

Henry Miller enaltece até terreno baldio grego

País oferece "cinco séculos em cinco minutos", disse escritor

DO ENVIADO ESPECIAL À GRÉCIA

Na Grécia, "mesmo os terrenos baldios têm um encanto eterno", garante um empolgado Henry Miller (1891-1980) em "O Colosso de Marússia" (L&PM editora, R$ 17), livro sobre sua passagem pelo país no final da década de 30.
Lá, "a gente pode passar pelas mudanças de cinco séculos no espaço de cinco minutos. Tudo está delineado, esculpido, gravado", escreveu o norte-americano, que rasga outros elogios aos gregos: "Fico feliz em ter chegado a Atenas durante aquela incrível onda de calor, feliz de tê-la visto nas piores condições possíveis. Senti a força bruta do povo, a sua pureza, sua nobreza e resignação".
Ou: "Há muitas maneiras de se passear, e a melhor, na minha opinião, é a grega, porque não tem objetivo, é inteiramente anárquica e muito humana".
A própria Atenas não merece menos: "No final da rua Anagnastopolou, onde mora Durrell [Lawrence, escritor inglês e amigo seu], há uma colina da qual se avista boa parte da cidade. Noite após noite, ao deixar sua casa, fiquei parado nessa colina, caído em transe, intoxicado pelas luzes de Atenas e pelas luzes lá em cima. A sensação que se tem em Sacré-Coeur, em Paris, é inteiramente diferente; a das altitudes do Empire State Building, em Nova York, também. Já contemplei Praga, Budapeste, Viena, a baía de Mônaco, todas elas lindas à noite, mas não conheço cidade que se compare a Atenas em seu esplendor noturno", manifesta o escritor norte-americano.
A lista de cidades que Miller conheceu na Grécia é extensa: além da capital, passou por Corfu (leia mais na pág. F12), Creta, Santorini, Marússia, Knossos, Micenas e outras.
Empolgado em chegar por mar a muitas delas, escreveu que "há algo de extravagante em relação à iluminação dos portos gregos, algo que dá a impressão de um festival prestes a começar"; empolgado com os milênios de história local, afirmou que "o sono dos mortos é tão profundo que a terra, e todos os que a pisam, sonham".
(THIAGO MOMM)


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