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BALADA À ESPANHOLA
Passeios após aulas do idioma ajudam no aprendizado do aluno, que tem a tentação de falar inglês
Fluência na língua é conquistada em 15 dias
DA ENVIADA ESPECIAL À ESPANHA
Nos três primeiros dias na Espanha, o estrangeiro que vai ao
país para estudar a língua fala
com lentidão e tem dificuldade
em compreender o que ouve. Depois é uma delícia adquirir fluência no espanhol. Mesmo quem
começa o curso no nível elementar consegue conversar e assistir à
TV com facilidade em 15 dias.
Depois das aulas, vem a melhor
parte: passear praticando a língua
com os amigos conquistados. O
difícil é deixar de falar inglês, pois
muitos são estudantes norte-americanos. Nos passeios noturnos, é comum encontrar garçons
de outros países, como França e
Inglaterra, que treinam castelhano. O curso acaba tendo dupla
utilidade: treinar o inglês e estudar o espanhol.
Fernanda Matsuda, 23, está no
quinto ano de engenharia química e foi passar o mês de julho em
Madri. Disse que adorou visitar
museus e que estava gostando do
curso, apesar do inglês.
Além da língua (que pode incluir espanhol comercial e jurídico), algumas escolas, como a Enforex, oferecem também história,
literatura e arte espanholas. Os
cursos de literatura moderna espanhola enfocam a geração de 27,
a novela contemporânea, Garcia
Márquez, Borges. Em artes se estudam história da arquitetura,
pintura e escultura espanholas e
as influências de outras culturas
na arte espanhola.
Kátia Martins Ramos, 21, que
está no quarto ano de direito no
Mackenzie, fazia em julho um
curso de espanhol de negócios.
"Revejo assuntos que já tive na faculdade estudando direito tributário, comercial, internacional. Já
trabalhei num escritório de advocacia e lá você adquire um vocabulário diferente. Aprendê-lo em
espanhol é ótimo."
Para o presidente da Enforex,
Antonio Anadón, os brasileiros
têm problemas no aprendizado
porque pensam que sabem tudo.
"Podem ser bons de conversação,
mas faltam gramática e estrutura.
Ao contrário dos japoneses, que
dominam os dois últimos, mas
têm dificuldade de falar, porque
são envergonhados."
Para facilitar a comunicação, a
escola organiza visitas aos museus Reina Sofía, Thyssen, do Prado, entre outros, e excursões a Salamanca, Toledo e Ávila, que ajudam a ampliar o vocabulário e a
mergulhar na história espanhola.
Entre os passeios estão programados espetáculos de dança flamenca e as polêmicas touradas.
"É importante que o aluno saia
curioso com o estudo da língua",
diz María José Gelabert, responsável pelo método da Enforex.
(MÔNICA RODRIGUES DA COSTA)
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