São Paulo, segunda-feira, 02 de setembro de 2002

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BALADA À ESPANHOLA

Passeios após aulas do idioma ajudam no aprendizado do aluno, que tem a tentação de falar inglês

Fluência na língua é conquistada em 15 dias

DA ENVIADA ESPECIAL À ESPANHA

Nos três primeiros dias na Espanha, o estrangeiro que vai ao país para estudar a língua fala com lentidão e tem dificuldade em compreender o que ouve. Depois é uma delícia adquirir fluência no espanhol. Mesmo quem começa o curso no nível elementar consegue conversar e assistir à TV com facilidade em 15 dias.
Depois das aulas, vem a melhor parte: passear praticando a língua com os amigos conquistados. O difícil é deixar de falar inglês, pois muitos são estudantes norte-americanos. Nos passeios noturnos, é comum encontrar garçons de outros países, como França e Inglaterra, que treinam castelhano. O curso acaba tendo dupla utilidade: treinar o inglês e estudar o espanhol.
Fernanda Matsuda, 23, está no quinto ano de engenharia química e foi passar o mês de julho em Madri. Disse que adorou visitar museus e que estava gostando do curso, apesar do inglês.
Além da língua (que pode incluir espanhol comercial e jurídico), algumas escolas, como a Enforex, oferecem também história, literatura e arte espanholas. Os cursos de literatura moderna espanhola enfocam a geração de 27, a novela contemporânea, Garcia Márquez, Borges. Em artes se estudam história da arquitetura, pintura e escultura espanholas e as influências de outras culturas na arte espanhola.
Kátia Martins Ramos, 21, que está no quarto ano de direito no Mackenzie, fazia em julho um curso de espanhol de negócios. "Revejo assuntos que já tive na faculdade estudando direito tributário, comercial, internacional. Já trabalhei num escritório de advocacia e lá você adquire um vocabulário diferente. Aprendê-lo em espanhol é ótimo."
Para o presidente da Enforex, Antonio Anadón, os brasileiros têm problemas no aprendizado porque pensam que sabem tudo. "Podem ser bons de conversação, mas faltam gramática e estrutura. Ao contrário dos japoneses, que dominam os dois últimos, mas têm dificuldade de falar, porque são envergonhados."
Para facilitar a comunicação, a escola organiza visitas aos museus Reina Sofía, Thyssen, do Prado, entre outros, e excursões a Salamanca, Toledo e Ávila, que ajudam a ampliar o vocabulário e a mergulhar na história espanhola. Entre os passeios estão programados espetáculos de dança flamenca e as polêmicas touradas.
"É importante que o aluno saia curioso com o estudo da língua", diz María José Gelabert, responsável pelo método da Enforex. (MÔNICA RODRIGUES DA COSTA)


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