São Paulo, quinta-feira, 02 de dezembro de 2010

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Casinhas coloridas alegram Valparaíso

Recanto onde o Pablo Neruda viveu lembra muito Santa Teresa, no Rio

Funiculares levam a belvederes no alto da região portuária, mas turistas também podem subir os morros a pé

ENVIADA AO CHILE

Com o mar à frente, é impossível não pensar no poeta Pablo Neruda compondo em sua casa conhecida por La Sebastiana, em Valparaíso, a cerca de 130 km da capital e vizinha de Viña del Mar.
São cinco andares, decorados pelo poeta. As janelas que lembram claraboias são apenas um dos símbolos que lembram a paixão por tudo o que era relativo ao mar.
O poeta viveu nessa casa, ainda mais surpreendentemente louca que a de Santiago, desde 1961, quando fez uma festa para inaugurar La Sebastiana -o nome homenageava o primeiro proprietário e construtor do imóvel, estreito e cheio de escadas.
Ali ele passou o último Réveillon de sua vida, na virada do ano 1972 para 1973. Como La Chascona, esta casa também foi saqueada. Anos depois, passou por uma restauração e, em 1991, foi aberta para visitação pela Fundação Pablo Neruda (www.fundacionneruda.org).
Para subir até a casa de Neruda paga-se R$ 7 de táxi ou R$ 1,20 de "colectivo", que são táxis usados por passageiros que não se conhecem, mas que vão ao mesmo destino. A entrada na casa custa cerca de R$ 10.
Se preferir, é possível também subir ou descer a pé. Sem custo nenhum, e apreciando o amontoado de casas coloridas que tanto encantavam o poeta.
Na parte baixa da cidade portuária, chamada carinhosamente de Valpo, prédios antigos se escondem atrás de emaranhados de fios.
Seguindo pela avenida Condell, chega-se ao funicular para subir o morro Concepção (R$ 1). Lá em cima, procure o Café Turri (www.turri.cl). Mesmo que pareça fechado, toque a campainha. E, se estiver um dia ensolarado, peça para se sentar no lado de fora ou próximo às janelas. A vista dali para o mar é uma das mais cênicas da cidade.
Para abrir o apetite, um pisco sour (R$ 8), bebida à base de uva, cuja origem é discutida entre Chile e Peru. Como prato principal, a reineta, peixe branco da região, é uma boa pedida (R$ 24).
Depois, passeie pelas ruelas cheias de casinhas de época, que lembram bastante o bairro carioca de Santa Teresa. Dê uma paradinha no Museu Lukas (www.lukas.cl), que tem charges da vida santiaguina feitas pelo desenhista Renzo Pecchenino (1934-1988).
Italiano, ele se mudou com os pais para Valparaíso com um ano. Com cerca de 20 anos, publicou sua primeira ilustração em um jornal. Continuou colaborando com diários e revistas, com muitas pitadas de humor. No café do museu, peça a panqueca Lukas (R$ 9), com sorvete. Vale cada caloria!

MAIS HISTÓRIA
De volta à parte baixa da cidade, veja o Relógio Turri. Construído no início do século passado, mostra a riqueza com que a cidade conseguiu se reerguer após um grande terremoto, em 1906.
Na praça Sotomayor, o monumento aos Heróis de Iquique homenageia os homens que lutaram na Guerra do Pacífico (1879-1883) e é uma das principais atrações do município.
Quase em frente ao monumento está o porto, onde, por cerca de R$ 5,50, é possível fazer um passeio de barco pela costa da região. Ainda no porto, barracas vendem artesanato local.
(LUISA ALCANTARA E SILVA)


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