São Paulo, quinta-feira, 03 de janeiro de 2008

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O que vem por aí

China ameaça posto da França de maior destino turístico

O país ganha ainda mais força com a Olimpíada de Pequim; no Brasil, o problema continua na falta de vôos

Stringer - 1.jan.2008/Reuters
Cerimônia com 2008 casais na cidade de Xiamen, na China, comemora a chegada do ano em que Pequim será a sede dos jogos olímpicos; evento deve alavancar ainda mais o turismo no país

DA REDAÇÃO

Esta edição mostra tendências e novidades do mundo do turismo em 2008.
Neste ano que começou anteontem, é provável que as viagens para a China, movidas pela Olimpíada em Pequim (en.beijing2008.cn), aumentem significativamente.
Cerca de 50 milhões de turistas estrangeiros foram para o gigante asiático em 2006. E as projeções sugerem que, muito antes de 2020 -ano em que se esperava que a China (www.cnto.org) alcançasse a França, hoje o país que mais recebe turistas no mundo- o posto de maior destino turístico do globo migre para o Oriente.
Todavia, a França (www.franceguide.com) ainda é o primeiro no receptivo internacional, pois 70 milhões de pessoas visitam o país a lazer. Em seguida vêm Espanha (www.spain.info), com 60 milhões, e Itália (www.enit.it) e EUA (www.seeamerica.org; www.tia.org), cada um com cerca de 50 milhões.
De olho no crescimento dessas cifras, metrópoles engendram atrações turísticas e realizam campanhas para melhorar seus serviços. Nova York (www.nycvisit.com), sozinha, pretende receber, até 2015, 50 milhões de turistas anualmente. Para tanto, lançou em 2007 a campanha "Just Ask the Locals", que pretende tornar a imagem do nova-iorquino mais simpática e cordial.

Doméstico
No Brasil, com a crise aérea ainda no horizonte, o problema deverá ser conectividade, especialmente em vôos domésticos.
O país terá, em 2008, um incremento de projetos na hotelaria, segmento que cresceu e se modernizou com a chegada de redes internacionais e a construção de hotéis de todas as categorias em grandes cidades e resorts, principalmente no Nordeste. Muitas redes familiares estão sendo compradas por investidores estrangeiros.
O país terá, portanto, um upgrade de equipamentos, mas a conectividade, ou seja, a oferta de vôos, ainda será um problema no mercado interno.
A revolução no turismo, especialmente no Nordeste, conseqüência principalmente dos vôos diários e diretos de companhias estrangeiras entre capitais nordestinas e européias, deve continuar trazendo bons frutos -moeda forte- para o turismo brasileiro.
Por outro lado, o ano se inicia ainda com as companhias aéreas brasileiras necessitando de aviões maiores, seja para voar para destinos mais distantes dentro do continente, seja para alcançar aeroportos na Europa e nos EUA.
As duas grandes fabricantes de aviões comerciais -a norte-americana Boeing e a européia Airbus- atrasaram no desenvolvimento de seus megaaviões, a saber o Boeing-787/ Dreamliner e o Airbus A-380. Agora, com esses gigantes entrando em operação, diversos outros aviões, como os Boeings B-747/Jumbo e o B-777, devem ser liberados pelas companhias aéreas norte-americanas e européias, passando a voar em rotas no hemisfério Sul, resolvendo em parte o déficit de grandes jatos no Brasil.
Os cruzeiros marítimos, que vêm crescendo nos últimos anos, se firmam como um segmento forte no verão. Nesta temporada, estima-se que 400 mil pessoas embarquem em portos brasileiros.

Novas viagens
A partir do Brasil, os vôos para a América do Norte têm mais freqüências aprovadas do que utilizadas. Com isso, espera-se um incremento de viagens dos e para os EUA já no início de 2008, sendo a grande novidade os anunciados vôos diretos para Los Angeles (www.discoverlosangeles.com), o que abre os caminhos para o Japão (www.jnto.go.jp) e o Oriente.
Na América do Sul, a oferta maciça de vôos para Buenos Aires (www.bue.gov.ar) e o câmbio favorável alavancam viagens em todas as épocas do ano. De julho a setembro, os brasileiros deverão procurar pistas de esqui argentinas. Para o Chile (www.sernatur.cl), há uma boa variedade de vôos para Santiago e a tendência é a de que muitos brasileiros também procurem a neve chilena.
A Cidade do México (www.visitmexico.com) também terá mais freqüências, e Cancún pode voltar à lista de favoritos de brasileiros no Caribe.
A África do Sul (www.southafrica.net), já embalada pelos preparativos para a Copa do Mundo de 2010, começa a entrar forte nos roteiros brasileiros. E há operadores que, durante o evento esportivo, oferecerão pacotes que aliam futebol a selva e natureza.
No continente africano, Luanda, capital de Angola (www.consuladodeangola.org), começa a entrar na rota internacional, com vôos diretos do Brasil. O destino também está recebendo vôos provenientes da Europa desde que suas praias foram declaradas livres de minas anti-humanas, numa campanha que, aliás, foi, no passado, capitaneada por Lady Di, morta há dez anos.
Os dois maiores destinos para o turista brasileiro no exterior continuarão sendo Europa e EUA. E, a permanecer a dificuldade para obtenção de vistos para turistas nos EUA, a Europa, que não exige esse documento, continua beneficiada. Mesmo o dólar em baixa e o euro em alta em relação ao real não desfazem a tendência.


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