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ÚLTIMA CHANCE
Incerteza espreita destinos clássicos do turismo no mundo
Aquecimento global, instabilidade política ou má conservação ameaçam patrimônio natural e histórico
HELOISA LUPINACCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pode ser que você vá um dia
ao Louvre. É difícil imaginar
que o museu parisiense desapareça. Pode ser que você venha a visitar o Cristo Redentor.
Ele deve continuar um bom
tempo lá, vendo o Rio do alto,
aconteça o que acontecer.
Mas pode ser que não dê para
conhecer as ilhas Maldivas, no
oceano Índico, ameaçadas pelo
aumento do nível do mar. Também é possível que não dê para
ver como é a vida sob o regime
socialista em Havana, em situação tão delicada quanto é a da
saúde de Fidel Castro (leia nas
págs. F5 a F9).
Hoje, destinos podem sumir
-ou mudar radicalmente-,
transformando em impossível
o que até há pouco era só um
sonho distante. A causa pode
ser o aquecimento global, a instabilidade política ou a má conservação. A conseqüência é a
sensação de última chance.
E não é que esses lugares sejam remotos, como as ruínas e
os museus esmagados por saqueadores e tanques de guerra
no Iraque. São lugares que freqüentam a imaginação de qualquer viajante, como Veneza.
Assim, quem tem uma longa
lista de lugares que quer conhecer antes de morrer deve começar a se preocupar mais com a
morte deles do que com a sua.
Deve priorizar os que estão na
UTI e reservar os saudáveis para a incerteza do futuro.
Para ajudar o estabelecimento da ordem de urgência, a Folha listou dez lugares amados e
ameaçados. A lista é baseada no
monitoramento de dados de
agências de notícias e em relatórios de mudanças climáticas
e de patrimônios em perigo.
Pode ser que as previsões não
aconteçam -oxalá!- e esses
lugares continuem existindo
para todo o sempre, amém.
Mas o seguro morreu de velho.
E de viajante e cassandra todo
mundo tem um pouco. Então,
quais fantasmas ameaçam o
destino desses destinos.
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