São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2008

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Cientista alemão é um dos cérebros por trás da Nasa

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

Não, não foi o bilionário britânico sir Richard Branson, 57, da Virgin Airways, o primeiro a sonhar com passageiros em órbita da Terra. O pioneiro a imaginar as tais viagens espaciais tripuladas por turistas foi Wernher Magnus Maximillian von Braun. Em 1971, ele afirmou ser possível que, "num futuro nem assim tão distante, até homens comuns poderiam tripular viagens periódicas ao espaço".
Criador dos modernos foguetes e de satélites, Von Braun foi um dos pais da Nasa (www.nasa.gov), a agência nacional espacial dos EUA, cujas dependências em Houston, no Texas, e em Cabo Canaveral, na Flórida, recebem turistas. A trajetória de Von Braun é ainda examinada no museu Nacional do Ar e do Espaço da Fundação Smithsonian (smithsonian. com), em Washington, onde uma televisão exibe John F. Kennedy declarando, em 1962, que antes do fim daquela década, "nós vamos ao espaço".

O cérebro do foguete
Cientista alemão nascido em 1923, aos 18 anos Von Braun fazia experiências com explosivos e minifoguetes nos baldios de Berlim. Filho de uma astrônoma amadora e de um barão prussiano que integrou o governo alemão anterior ao de Adolf Hitler, logo foi cooptado pelo partido Nazista, em 1937.
Suas bombas V-1 e V-2 arrasaram Londres na Segunda Guerra (1939-1945). Findo o conflito mundial, o cientista foi novamente cooptado, dessa vez pelos EUA, que em plena Guerra Fria disputavam palmo a palmo com a extinta União Soviética o envio de astronautas à órbita da Terra e, depois, à Lua -esta uma conquista norte-americana do foguete Saturno, que levou a Apollo-11 à alunissagem pioneira, em 1969.
Autor de "Homens entre Planetas" e de "A Conquista da Lua", Von Braun casou-se com Marie Louise von Quistorp, sua prima distante, em 1947, indo morar em Port Bliss, no Texas.
Boa-pinta, adepto da equitação e da pesca submarina, oficialmente só ingressou na direção da Nasa em 1960 -há um filme de Stanley Kubrick, "Dr. Fantástico" (1964), em que o ator Peter Sellers parodia seu incômodo passado nazista. Saiu da Nasa em 1972 para entrar na Fairchild Industries, produtora de artefatos aeronáuticos e bélicos.
Tido por entusiasta do uso civil dos inventos espaciais, dizia que os diversos estágios dos foguetes siderais seriam, com o tempo, substituídos por um veículo que poderia decolar e pousar como o avião comum.
Fez com que os satélites, na órbita terrestre, prospectassem materiais e combustíveis fósseis, atuassem em telecomunicações, pesquisassem o ambiente e avaliassem safras, observassem tormentas e furacões nas previsões meteorológicas. Mas, é de se lembrar que os satélites também espionam.
Werhner von Braun morreu de câncer, aos 65, no Texas.


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