São Paulo, quinta-feira, 03 de setembro de 2009

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NOVA YORK ACESSÍVEL

Nova York acolhe os cadeirantes

Quem é habituado à realidade brasileira pode até demorar para acreditar em uma cidade sem obstáculos

Jaime Borquez
CONEXÃO
Ligando a ilha de Manhattan ao Brooklyn e concluída em 1883, a ponte do Brooklyn demorou 16 anos para ficar pronta


JAIRO MARQUES
COORDENADOR-ASSISTENTE DA AGÊNCIA FOLHA, EM NOVA YORK

Uma sensação de liberdade que nenhuma cidade brasileira oferece a um cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida. É esse o impacto que Nova York, a maior metrópole dos EUA, oferece logo nas primeiras horas para quem está tocando uma cadeira de rodas por suas calçadas amplas, sem obstáculos e com rampas.
Perguntar se um local de grande circulação de pessoas -como museus, lojas e restaurantes- tem condições de acessibilidade chega a causar estranhamento nos nova-iorquinos, que estão acostumados a conviver com pessoas com limitação física ou sensorial.
Mesmo em locais pequenos, como uma cafeteria, há banheiros com portas grandes, barras de apoio e válvula de fácil acionamento. Sem falar do acesso sem barreiras para entrar e sair dos recintos.
Na ilha de Manhattan -a principal de Nova York e que condensa centenas de atrações turísticas, gastronômicas e de lazer-, os transportes são acessíveis. As ruas, em sua grande maioria, são planas e a estrutura urbana é pensada para atender a necessidades diversas.
Para uma pessoa com deficiência que está acostumada às mazelas urbanísticas e sociais brasileiras, até demora um pouco para acreditar e se convencer de que não haverá transtornos para passear na disputada e impressionante Times Square, de que vendedores de lojas chiques irão tratá-la como consumidora -e não como uma pessoa estranha- e de que é possível frequentar qualquer ponto turístico do rol dos fundamentais sem se preocupar com dificuldades de acomodação ou de acesso.

Broadway
Escolher a qual espetáculo assistir entre as dezenas de opções da Broadway é missão muito mais complicada que chegar ao local e ver o show em uma cadeira de rodas.
As casas das principais atrações -"A Bela e a Fera", "O Rei Leão" e "Hair", por exemplo- são preparadas para receber o público com algum tipo de limitação motora. O local designado para o cadeirante geralmente é bem localizado e permite uma visualização perfeita. Contudo, a regra de comprar os ingressos antes deve ser seguida.
Além disso, para comprar a entrada com desconto de 50% o deficiente não precisa ficar na gigantesca fila do ponto de venda da Times Square. Basta ir diretamente à bilheteria do espetáculo a que planeja assistir.


O jornalista Jairo Marques, 34, é cadeirante e autor do blog http://assimcomovoce.folha.blog.uol.com.br


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