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Relaxamento, pelicanos e esportes esperam turista a 15 minutos de viagem de barco a partir de Cancún
Ilha é feminina desde a colonização maia
DO ENVIADO ESPECIAL AO MÉXICO
A cerca de 15 minutos de barco
e a 14 km da animada Cancún fica
um lugar ideal para relaxar e repor as energias.
A pequena ilha Mulheres tem
apenas sete quilômetros de comprimento por um quilômetro de
largura. Mas o pouco espaço
guarda boas surpresas.
A água calma, azul como a de
Cancún, permite a prática da natação sem dificuldades.
Pelicanos, quase sempre mergulhando à caça de peixes, e kawits, aves nativas que fisgam pães
do café da manhã dos turistas, enfeitam a paisagem insular.
Para quem não quiser relaxar
muito e gostar de aventuras, o
destino é o parque Garrafon.
Ali podem-se praticar mergulho com snorkel, escalada, canoagem e corda tirolesa. Depois das
aventuras, redes penduradas em
árvores convidam ao descanso.
O parque guarda construções
históricas em sua área, como o farol da ilha e ruínas maias. O ingresso custa US$ 15; crianças de
seis a 12 anos pagam US$ 8. Quem
tem menos dessa idade não paga.
A ilha Mulheres tem 15 mil habitantes. Todos os dias cerca de
3.000 turistas aportam ali, a maioria dos EUA. Turismo e pesca são
as bases da economia local.
Os bares e os restaurantes da região acolhem os visitantes com
simplicidade. Vale a pena caminhar no fim da tarde pelas ruas do
centro, onde se vende todo tipo de
artesanato local e de outras regiões do México, por exemplo, cerâmica, madeira talhada e tapete
de Chiapas, entre outros objetos.
Mulherada
A origem do nome da ilha-no
espanhol, Isla Mujeres- tem algumas explicações.
Uma delas remonta ao século
16, quando o primeiro desbravador da região, Francisco Hernandéz de Córdoba, atracou na ilha e
viu um lugarejo cheio de belas
moças. Daí surgiu a idéia do primeiro nome: "Punta Mujeres".
Uma segunda versão dos historiadores aponta para outra chegada: a dos exploradores espanhóis,
em 1517. No dia em que os colonizadores chegaram, os homens da
ilha pescavam. Naquele momento, somente as mulheres ocupavam o solo, encantando os bravos
forasteiros.
Mas mesmo antes disso, durante a ocupação maia, a ilha já tinha
ares femininos. A porção de terra
era chamada Ixchel (deusa da fertilidade). As moças virgens, antes
de se casar, iam ao lugarejo pedir
a fertilidade em rituais à deusa.
Além de gerar filhos, as donzelas
também rogavam que o parto fosse livre de complicações.
Amor pirata
Nos séculos 17 e 18, ilha Mulheres foi refúgio de piratas caribenhos. Nativos afirmam que existem ali muitos tesouros, enterrados há centenas de anos.
Um dos piratas que passaram
pela ilha, Fermín Mundaca foi um
marco para a história local. Tanto
que a sua fazenda virou museu.
Mundaca atracou na ilha Mulheres em um entardecer de 1858,
com 33 anos. Conheceu a nativa
Martiniana Gómez, conhecida
como La Trigueña, e, apaixonado,
construiu uma monumental fazenda para dar-lhe proteção e iniciar ali uma união duradoura.
Mas a moça não correspondeu ao
seu amor. Após a decepção, ninguém mais teve notícias do pirata.
O túmulo do lobo-do-mar está
na cidade de Mérida. Dizem que o
excesso de bebida alcoólica e a desilusão amorosa foram as principais razões de sua morte.
Em seu jazigo, há o epitáfio:
"Como tu és, eu fui, o que eu sou,
logo tú serás".
(RODRIGO RAINHO)
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