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ANTILHANA
Conhecida pelas embarcações desaparecidas no passado, dependência britânica com 180 ilhas guarda formalidade
Envolta em mistério, Bermudas atraem navios de cruzeiros
JULIO ABRAMCZYK
ENVIADO ESPECIAL ÀS BERMUDAS
O Triângulo das Bermudas não
existe. Eu sei, estive lá. O que existe é uma população muito formal,
na realidade quase quadrada. Eles
são os descendentes dos pioneiros ingleses, tomam chá à tarde,
mas andam pelas ruas de calça
curta, paletó e gravata.
As Bermudas, dependência autônoma britânica localizada nas
Antilhas, são formadas por cerca
de 180 ilhas, as principais interligadas por pontes, com cerca de
sete distritos denominados de
"Parishes" ou Paróquias.
Aqueles que só ouviram falar
nas Bermudas por causa do mito
de que ali somem aviões e que
acreditam nessa história podem
visualizar o Triângulo das Bermudas com uma das pontas nas Bermudas e as outras duas em Miami, na Flórida, e na cidade de San
Juan, em Porto Rico.
Na área compreendida por esse
triângulo de 55 mil milhas quadradas teriam desaparecido, nos
últimos, 500 anos, 50 navios e 20
aeronaves -sem deixar rastro.
Com ou sem essa aura de mistério, o fato é que as embarcações
continuam chegando à capital das
Bermudas, Hamilton, e também a
St. George, a antiga capital -cidade histórica e patrimônio mundial pela Unesco.
Na primeira semana de setembro, o navio Horizon, que desembarcará no Brasil repaginado e
com o nome de Island Star em dezembro, fazia a rota Filadélfia-Bermudas e estava ancorado com
cerca de mil turistas na capital,
que abriga o principal porto e a
maioria das lojas da ilha.
Lambretas
O turista que quiser explorar a
ilha de 34 praias de areia cor-de-rosa, como as de Warwick Long
Bay e Horseshoe, no sul de Bermudas, não poderá alugar um automóvel. Para
evitar a poluição que os carros
promovem, o uso desses veículos
é limitado aos residentes.
Mas os viajantes podem alugar
lambretas e bicicletas. Cobram-se
US$ 45 para o primeiro dia, mas
há descontos no aluguel para
quem ficar com a motoca nos dias
seguintes. Já para as bicicletas, o
preço é de US$ 25.
Tanto as lambretas como as bicicletas são alugadas com seguro
obrigatório. O seguro tem a sua
razão de existir: nas Bermudas,
todo mundo anda na contramão.
Pela legislação local, a mão certa
de direção é contrária à nossa, à
esquerda de quem vai (ou volta).
Reza a lenda que a culpa pela
origem dessa mão de direção é
dos nobres ingleses, nos antigos
tempos em que eles andavam armados com espadas. Elas eram
carregadas à esquerda do cinto
para poderem ser desembainhadas, quando necessário, com rapidez e facilidade pela mão direita.
Dessa forma, ao caminhar, eles
iam e voltavam pela esquerda. E
essa tradição passou depois para a
mão de direção nos meios de
transporte coletivo.
Julio Abramczyk, colunista da Folha,
viajou a convite da Island Cruises.
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