São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUROPA NOS TRILHOS
Para representante da Rail Europe, escolha de bilhete depende do tipo de viagem que turista quer

Passageiro pode se programar em site em português

DA REDAÇÃO

Programar uma viagem de trem pela Europa pode ser tentador. Mas por onde começar? Com cada vez mais opções de trens e tantos países para visitar, um passageiro não iniciado pode ficar um tanto perdido na hora de fazer sua programação.
Em entrevista à Folha, María Corinaldesi, 34, representante da Rail Europe (raileuro pe.com.br), conta como a empresa, que tem site para reservas de passagens em português -e até mostra os preços em reais-, pode ajudar na hora de elaborar o melhor roteiro.

 

FOLHA - O que faz a Rail Europe?
MARÍA CORINALDESI
- O papel da Rail Europe é vender viagens de trens europeus para passageiros de fora da Europa. O que a gente faz é colocar vários produtos, oferecidos por ferrovias diferentes, juntos. O nome da empresa é Rail Europe 4A, porque atua na Ásia, na América do Sul, na África e na Austrália. Então, nosso trabalho é adaptar o produto europeu às necessidades dos passageiros em cada um desses mercados.

FOLHA - Como escolher entre os diferentes tipos de trens?
CORINALDESI
- Depende do país, do trecho e do tipo de viagem que o cliente quer fazer. Tem aqueles trens mais usados por passageiros corporativos e os que são mais turísticos. Normalmente, nos trechos mais comerciais, como Paris-Londres, Paris-Genebra ou mesmo Madri-Barcelona, há trens mais modernos. Já na Suíça, há os trens panorâmicos.

FOLHA - Como é cada um deles?
CORINALDESI
- O trem de alta velocidade é um trem moderno, de alta tecnologia. Muitos deles têm serviço de internet e todas as comodidades para os passageiros que viajam trabalhando. Já os trens panorâmicos têm um conceito diferente, que é o de viajar para olhar a paisagem, relaxando. No caso deles, a ideia não é a de chegar rápido ao destino final. É, sim, a de desfrutar da viagem.

FOLHA - No site da Rail Europe é possível reservar as passagens. Mas há alguma forma de fazer um roteiro mais personalizado?
CORINALDESI
- Se o passageiro já conhece a Europa ou conhece o produto que quer comprar, pode fazer as reservas pela internet. O site tem preços em reais, é bem focado no público brasileiro. Mas para quem não conhece, a dica é recorrer às agências autorizadas, que são a STB [www.stb.com.br], a CI [www.ci.com.br], a TAM Viagens [www.tamviagens.com.br] e a TT Operadora (www.lufthansacc.com). Elas têm acesso ao sistema de reservas on-line e os atendentes são treinados para assessorar sobre cada produto.

FOLHA - Há muita diferença entre uma viagem de trem de primeira e de segunda classes?
CORINALDESI
- Depende. Porque a primeira classe não é a mesma coisa em todos os países europeus. Mas, geralmente, na Europa Central, onde ficam os países mais procurados pelos passageiros brasileiros, a diferença não é muita. Tem a ver com a diferença de espaço, com o número de poltronas em cada fila. Alguns trens têm um serviço de bordo incluído na tarifa para os passageiros de primeira classe. Dependendo do horário da viagem tem café da manhã, almoço ou jantar. Normalmente são serviços bastante completos e muito procurados. Na parte da Europa que tem uma história turística mais recente, como os países do Leste Europeu, a diferença pode ser um pouco maior. Mas há um detalhe importante: o europeu costuma pegar a segunda classe. Viajar nela é interessante para conhecer essas pessoas.

FOLHA - É possível dormir no trem?
CORINALDESI
- Sim. Os interessados podem se informar sobre os trens noturnos. Eles têm diferentes comodidades para dormir. Recomendamos fazer a reserva com antecedência, para não correr o risco de não ter lugar na última hora.

FOLHA - Os trens já disponibilizam sistema wireless, para quem quiser se conectar à internet?
CORINALDESI
- Por enquanto, só há um trem na Europa -o Thalys- que disponibiliza serviço de wireless incluído na tarifa para os passageiros de primeira classe. Para os de segunda classe, o sistema é liberado com pagamento de uma taxa adicional. Mas a tendência é que todos passem a ter esse serviço.

FOLHA - Se você fosse fazer um roteiro pela Europa, qual escolheria?
CORINALDESI
- Escolheria um roteiro pelo Leste Europeu. Não conheço bem ainda, mas sei que tem viagens maravilhosas, passando por Viena, Praga, Budapeste, tudo muito interessante e fácil de fazer de trem.

FOLHA - Que vantagem você destacaria para quem viaja de trem?
CORINALDESI
- As estações de trem estão quase sempre no centro da cidade. Há muitos casos em que as cidades foram construídas justamente em função da localização da estação de trem. Então, os hotéis ficam perto. Quando você compara outro meio de transporte ao trem, tem de levar em conta o custo do traslado entre o aeroporto e o hotel. Quando você vai de trem, ele pode ser zero, nos casos em que dá para ir caminhando até o hotel.

FOLHA - Que dicas você dá para uma viagem de trem confortável?
CORINALDESI
- Acho importante falar sobre as bagagens. Não há limite de bagagem nos trens. Mas é sempre mais interessante, justamente porque não dá para despachar as malas, levar uma mala não muito grande, já que é o próprio passageiro que tem de tomar conta dela.


Texto Anterior: Diárias em Lyon
Próximo Texto: Primeiro TGV partiu de Paris, há 28 anos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.