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EUROPA NOS TRILHOS
Para representante da Rail Europe, escolha de bilhete depende do tipo de viagem que turista quer
Passageiro pode se programar em site em português
DA REDAÇÃO
Programar uma viagem de
trem pela Europa pode ser tentador. Mas por onde começar?
Com cada vez mais opções de
trens e tantos países para visitar, um passageiro não iniciado
pode ficar um tanto perdido na
hora de fazer sua programação.
Em entrevista à Folha, María Corinaldesi, 34, representante da Rail Europe (raileuro
pe.com.br), conta como a empresa, que tem site para reservas de passagens em português
-e até mostra os preços em
reais-, pode ajudar na hora de
elaborar o melhor roteiro.
FOLHA - O que faz a Rail Europe?
MARÍA CORINALDESI - O papel da
Rail Europe é vender viagens
de trens europeus para passageiros de fora da Europa. O que
a gente faz é colocar vários produtos, oferecidos por ferrovias
diferentes, juntos. O nome da
empresa é Rail Europe 4A, porque atua na Ásia, na América do
Sul, na África e na Austrália.
Então, nosso trabalho é adaptar o produto europeu às necessidades dos passageiros em cada um desses mercados.
FOLHA - Como escolher entre os diferentes tipos de trens?
CORINALDESI - Depende do país,
do trecho e do tipo de viagem
que o cliente quer fazer. Tem
aqueles trens mais usados por
passageiros corporativos e os
que são mais turísticos. Normalmente, nos trechos mais
comerciais, como Paris-Londres, Paris-Genebra ou mesmo
Madri-Barcelona, há trens
mais modernos. Já na Suíça, há
os trens panorâmicos.
FOLHA - Como é cada um deles?
CORINALDESI - O trem de alta velocidade é um trem moderno,
de alta tecnologia. Muitos deles
têm serviço de internet e todas
as comodidades para os passageiros que viajam trabalhando.
Já os trens panorâmicos têm
um conceito diferente, que é o
de viajar para olhar a paisagem,
relaxando. No caso deles, a
ideia não é a de chegar rápido
ao destino final. É, sim, a de
desfrutar da viagem.
FOLHA - No site da Rail Europe é
possível reservar as passagens. Mas
há alguma forma de fazer um roteiro mais personalizado?
CORINALDESI - Se o passageiro já
conhece a Europa ou conhece o
produto que quer comprar, pode fazer as reservas pela internet. O site tem preços em reais,
é bem focado no público brasileiro. Mas para quem não conhece, a dica é recorrer às agências autorizadas, que são a STB
[www.stb.com.br], a CI
[www.ci.com.br], a TAM Viagens [www.tamviagens.com.br] e a TT Operadora (www.lufthansacc.com).
Elas têm acesso ao sistema de
reservas on-line e os atendentes são treinados para assessorar sobre cada produto.
FOLHA - Há muita diferença entre
uma viagem de trem de primeira e
de segunda classes?
CORINALDESI - Depende. Porque
a primeira classe não é a mesma coisa em todos os países europeus. Mas, geralmente, na
Europa Central, onde ficam os
países mais procurados pelos
passageiros brasileiros, a diferença não é muita. Tem a ver
com a diferença de espaço, com
o número de poltronas em cada
fila. Alguns trens têm um serviço de bordo incluído na tarifa
para os passageiros de primeira
classe. Dependendo do horário
da viagem tem café da manhã,
almoço ou jantar. Normalmente são serviços bastante completos e muito procurados. Na
parte da Europa que tem uma
história turística mais recente,
como os países do Leste Europeu, a diferença pode ser um
pouco maior. Mas há um detalhe importante: o europeu costuma pegar a segunda classe.
Viajar nela é interessante para
conhecer essas pessoas.
FOLHA - É possível dormir no trem?
CORINALDESI - Sim. Os interessados podem se informar sobre
os trens noturnos. Eles têm diferentes comodidades para
dormir. Recomendamos fazer a
reserva com antecedência, para
não correr o risco de não ter lugar na última hora.
FOLHA - Os trens já disponibilizam
sistema wireless, para quem quiser
se conectar à internet?
CORINALDESI - Por enquanto, só
há um trem na Europa -o Thalys- que disponibiliza serviço
de wireless incluído na tarifa
para os passageiros de primeira
classe. Para os de segunda classe, o sistema é liberado com pagamento de uma taxa adicional.
Mas a tendência é que todos
passem a ter esse serviço.
FOLHA - Se você fosse fazer um roteiro pela Europa, qual escolheria?
CORINALDESI - Escolheria um
roteiro pelo Leste Europeu.
Não conheço bem ainda, mas
sei que tem viagens maravilhosas, passando por Viena, Praga,
Budapeste, tudo muito interessante e fácil de fazer de trem.
FOLHA - Que vantagem você destacaria para quem viaja de trem?
CORINALDESI - As estações de
trem estão quase sempre no
centro da cidade. Há muitos casos em que as cidades foram
construídas justamente em
função da localização da estação de trem. Então, os hotéis ficam perto. Quando você compara outro meio de transporte
ao trem, tem de levar em conta
o custo do traslado entre o aeroporto e o hotel. Quando você
vai de trem, ele pode ser zero,
nos casos em que dá para ir caminhando até o hotel.
FOLHA - Que dicas você dá para
uma viagem de trem confortável?
CORINALDESI - Acho importante
falar sobre as bagagens. Não há
limite de bagagem nos trens.
Mas é sempre mais interessante, justamente porque não dá
para despachar as malas, levar
uma mala não muito grande, já
que é o próprio passageiro que
tem de tomar conta dela.
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