São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUROPA NOS TRILHOS
Epicentro de Bruxelas é a Grand Place, uma obra-prima da arquitetura barroca com toques góticos

Ponto de partida do Eurostar, Bruxelas tem arte em tudo

DO ENVIADO ESPECIAL À EUROPA

Bruxelas respira e transpira arte: nas estações de trem e de metrô, nas paredes e nos museus. Ponto de partida do Eurostar para Londres (tenha seu passaporte à mão ao embarcar!), a capital desse pequeno grande reino cuja área -30.528 km 2- é igual a um décimo do território do Maranhão, tem, já na estação ferroviária Bourse Beurs, aberta em 1970 embaixo da bolsa de valores, obras de artistas como Paul Delvaux.
Com 140 mil habitantes, Bruxelas (www.brusselsinternational.be) é eclética, se presta a uma visita frenética de apenas um dia, ou, melhor, a estadas longas, especialmente para quem aprecia boa pintura, chocolate e gastronomia.
No entorno da Grand Place, a cada 300 m, é possível alugar bicicletas por três horas pagando 1,50. Como tudo é perto nessa capital, que foi cenário das decisões que engendram a formação da Comunidade Europeia, andar a pé ou de bicicleta revela preciosidades. Aqui e ali é fácil identificar prédios art nouveau, estilo concebido em Bruxelas, pouco antes de 1900, por Victor Horta (1861-1947).
Mas o epicentro da capital belga, a Grand Place, é de fato, uma obra-prima da arquitetura barroca com toques góticos -essa praça reconstruída entre 1696 e 1699, depois de destruída pelo rei francês Luís 14.
Sem grande exagero, o poeta francês Jean Cocteau (1889-1963) chamou a Grand Place de "a sala de visitas da Europa" e, assim, não importa quantas horas -ou dias- você vai ficar: comece sua visita por lá.
Ali -e nos arredores-, é que estão as lojas dos renomados chocolates belgas -há marcas como Leonidas e Godiva- e a lojinha de biscoitos Maison J. Dandoy (www.biscuteriedandoy.be/), que produz amanteigados desde 1829.
Para acompanhar um dos 400 tipos de cerveja produzidos na Bélgica, o prato típico é a onipresente caldeirada de mexilhões na casca com batatas fritas ("moulles e frites").
Num passeio por Bruxelas, o guia Didier Rochette esclarece segredos gastronômicos que você dispensaria saber: "o autêntico mesmo é fritar as batatas em óleo extraído da carne de cavalo ou de boi, servi-las em cones de papel com maionese, nunca com catchup."

Tintim por tintim
Tintin, o simpático herói saído da prancheta do cartunista belga Hergé (1907-1983), é figura fácil numa cidade que cultua os quadrinhos em pichações e festivais (www.brusselscomics.com). Mas o compromisso contemporâneo com as artes plásticas dessa capital flamenga remete a artistas de primeira grandeza, caso do simbolista-sarcástico James Ensor (1860-1949), autor de "Entrada de Cristo em Bruxelas", e do surrealista-metafísico René Magritte (1898-1967).


Texto Anterior: Diárias em Montreux e Basel
Próximo Texto: Diária em Bruxelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.