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PATRIMÔNIO APIMENTADO
Monte Albán, Mitla e Yagul exemplificam a organização das cidades de povo pré-hispânico
Ruínas zapotecas se enfileiram por vale a leste de Oaxaca
DA ENVIADA ESPECIAL AO MÉXICO
Ao redor de Oaxaca há muitos
sítios arqueológicos com ruínas
de cidades zapotecas e mixtecas.
A tribo zapoteca teve seu auge entre 250 e 950 d.C. Havia algumas
cidades desse povo espalhadas
pelos vales de Oaxaca, como o vale de Tlacolula, a leste da capital
do Estado. No século 13, os mixtecas conquistaram os zapotecas.
O centro do povo zapoteca era
Monte Albán, que fica bem ao lado de Oaxaca. Portanto, quem
não for muito fã de visitar ruínas
pode ir só a esse.
Mas deve saber que estará perdendo ao não ir a Mitla, a 46 km
da cidade, que é único por colecionar delicados mosaicos de pedra cravados em suas paredes.
E quem adorar história ainda
deve parar em Yagul, a 34 km de
Oaxaca, na mesma estrada que leva a Mitla. Esse tem um poderoso
forte em cima de um morro de
onde se avistam vales e ruínas.
Há ainda outros sítios arqueológicos no vale de Tlacolula, como
Lambityeco e Dainzú.
Capital
Monte Albán fica em uma colina a oeste de Oaxaca. A cidade é
linda, com um claro eixo norte-sul. Nas duas pontas, ficam as
duas principais edificações. O
destaque do sítio são os dançantes, entalhes na pedra mostrando
figuras humanas em poses que remetem a danças. Na verdade, são
prisioneiros mutilados e torturados. Há diversas peças expostas
na grama e uma pequena saleta
que mantém as pedras na parede,
como era no princípio.
O melhor horário para visitar
Monte Albán é no final da tarde.
Os enormes grupos de turistas e
estudantes logo começam a ir embora, a luz começa a ficar mais bonita, criando sombras enormes.
Mas tudo tem um preço: com o
finzinho da tarde chegando,
quem está no sítio vai sendo gentilmente expulso e pode vir a tomar broncas.
Delicada
Uma pequena cidade empoeirada guarda as ruínas de Mitla. Esse
sítio é pitoresco por estar espalhado entre casinhas e barracas
-que aproveitam para vender
coisas para turistas. Mitla é única
por seus mosaicos, feitos de precisos e preciosos encaixes de pedra.
Enquanto Monte Albán era a
capital zapoteca, Mitla era seu
centro religioso. Ali viviam sacerdotes. A igreja católica que fica no
centro das ruínas, bastante imponente, é feita toda de pedra. Detalhe: as pedras da igreja foram retiradas dos templos.
Esportivo
Na volta de Mitla para Oaxaca,
não custa nada parar em Yagul, a
34 km de Oaxaca. Esse sítio arqueológico também zapoteca
-que se tornou a principal cidade desse povo após o declínio de
Monte Albán- tem uma graça
especial. À direita da entrada das
ruínas, há uma trilha que sobe
uma montanha. Lá no pico, há
resquícios de um forte. A localização é auto-explicativa. De lá avistam-se vales em todas as direções.
Na parte de baixo das ruínas,
onde ficava a cidade propriamente dita, há um labirinto de paredes, que era, provavelmente, a casa do líder local. Mas o mais legal
de Yagul é o seu campo de "juego
de pelota" (jogo de bola), o segundo maior do México, atrás apenas
do que existe em Chichén Itzá. O
"juego", chamado de taladzi em
zapoteca, é uma espécie de basquete, em que os jogadores tinham de acertar a pelota em um
aro. Tratava-se de um ritual religioso para manter a terra fértil. Os
perdedores eram decapitados, e o
seu sangue vertido sobre a terra.
(HELOISA LUPINACCI)
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