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Em Sevilha, centro ocupa monastério cartuxo que remonta ao século 15
DO ENVIADO ESPECIAL A SEVILHA
Já em uma de suas portas de
entrada, Sevilha surpreende o
turista que liga a cidade somente às tradições espanholas.
A estação de trem de Santa
Justa -ponto de parada do
trem-bala que leva duas horas e
meia para chegar ali vindo de
Madri- é um projeto de linhas
contemporâneas dos arquitetos Antonio Cruz e Antonio Ortiz (www.cruz-ortiz.com).
Depois de ter sido sede da
Exposição Universal de 1992, a
cidade no sul da Espanha incorporou prédios de última geração, circulação fácil e sinalização clara nas ruas. Há um
metrô de superfície bastante
prático, a cidade é cheia de placas de informações turísticas.
Ao mesmo tempo, Sevilha
abriga a praça de touros mais
conhecida da Espanha, uma
das catedrais mais imponentes
do país e um palácio de influência moura, o Real Alcázar, além
de ser um destacado centro de
flamenco. Tradição e modernidade convivem bem nessa cidade de altas temperaturas -em
pleno inverno, a temperatura
pode ficar em torno de 20ºC.
A ilha da Cartuxa, acessível
por uma ponte do renomado
arquiteto valenciano Santiago
Calatrava, concentra construções contemporâneas ou reformadas para novos usos.
Uma das que mais impressionam é o antigo monastério
de Santa María de las Cuevas,
hoje sede do Centro Andaluz
de Arte Contemporânea.
Suas primeiras edificações
remontam a 1400. Até 1836, o
local abrigava monges da ordem dos cartuxos. Depois de
vários usos, virou fábrica de cerâmica, o que ajudou a descaracterizar algumas áreas. Nos
anos 80, a fábrica fechou.
Traço contemporâneo
Em 1997, o monastério foi
destinado para ser centro de artes. Com uma reforma assinada
por José Ramón Sierra, um espaço total de 8.000 m2 foi reservado à nova instituição, que,
hoje, tem uma boa coleção de
arte contemporânea -há obras
de nomes como Louise Bourgeois, François Morellet e Robert Motherwell (1915-1991),
entre outros- e, ainda por cima, uma destacada agenda de
mostras temporárias.
Antiga igreja
A dupla de artistas espanhóis
Bleda e Rosa apresenta, em um
conjunto de dependências do
antigo monastério, a série de
fotografias "Arquitetura". Em
ambientes impessoais de Berlim, Pompeia e Sevilha, eles exploram temas como a memória, o tempo e a relação com a
cidade. Parte das imagens está
exposta em um local excepcional: a antiga igreja de São Bruno, patrono dos cartuxos.
Em meio a modernas salas de
exposição com boas condições
museológicas, o visitante dá de
cara com antigos túmulos na
sala Capitular ou com pátios internos que remetem à influência árabe na região, com brasões e azulejos pelas paredes.
O centro também é sede de
uma elogiada bienal de artes
-a quarta edição deve acontecer a partir do final do ano que
vem. Por enquanto, uma das
obras da edição anterior, uma
instalação dos norte-americanos Matthew Ritchie e Aranda/Lasch, saúda o visitante no
jardim de entrada.
(MG)
CENTRO ANDALUZ DEARTE CONTEMPORÂNEA
Ingresso: 1,80 (válido para visita
ao monumento ou para as mostras
temporárias); 3,01 (visita completa); a partir de 1º/4, de ter. a
sex., das 10h às 21h; aos sáb. das
11h às 21h; e, aos dom., das 10h às
15h; tel.: 00/xx/34/955/03-7070
www.juntadeandalucia.es/cultura/caac/
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