|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Associação das criveiras tem esquema industrial, e cada membro trabalha numa etapa da peça
No verão, artesãs devem dar curso de crivo a turistas
DA ENVIADA ESPECIAL A SANTA CATARINA
No próximo verão, as criveiras
(bordadeiras especializadas no
crivo) de Governador Celso Ramos devem ministrar cursos sobre a arte para turistas.
A primeira experiência nesse
sentido aconteceu na última temporada, quando a presidenta da
associação das criveiras do município, Rute Silva da Costa, 46, ensinou noções do crivo (tipo de
bordado herdado dos açorianos
que povoaram a região) para cinco viajantes que a visitavam diariamente na Casa do Artesanato,
loja na praia de Palmas.
Ela não cobrou pelo "minicurso", mas percebeu que há demanda para isso, embora não tenha
definido o formato das aulas.
As criveiras de Governador Celso Ramos fazem um bordado artesanal, mas trabalham em esquema de indústria quando produzem grandes peças com a coordenação da associação municipal
das profissionais.
Para fazer uma toalha de banquete, cada grupo de artesãs se
dedica a uma etapa do trabalho,
entre elas, desfiar o tecido, tampar
(fazer com agulha os desenhos),
urdir (fechar os buraquinhos entre os fios soltos) e casear (acabamento). O tecido fica preso num
bastidor, ou moldura de madeira,
em parte do processo.
Segundo Rute, a diretoria decide o que vai ser feito, compra o
material, distribui as tarefas e
mantém um estoque. Cerca de
dez criveiras produzem uma toalha de banquete, que leva de quatro a cinco meses para ser feita,
tem três metros de comprimento
e custa em torno de R$ 1.000.
Já as peças mais simples, os panos de prato, saem por R$ 15. Rute confecciona um deles em um
dia. Ela aprendeu a bordar com a
mãe aos seis anos de idade, como
acontece em muitas famílias que
descendem de açorianos. "Mesmo quem não gosta acaba aprendendo", comenta, acrescentando
que até quem trabalha em outras
áreas pode apelar para o crivo para aumentar a receita.
A sede da Associação Profissional da Criveiras de Governador
Celso Ramos fica na rua Pedro
Henrique da Silva, 799, bairro Jordão; tel.: 0/xx/48/296-2157.
(MARISTELA DO VALLE)
Texto Anterior: Falta de verbas atrasa restaurações Próximo Texto: Hotel-fazenda organiza tour à praia Índice
|