São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2007

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Rota mostra Fumaça de todos os ângulos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com 340 m de altura, a cachoeira da Fumaça é a mais alta do Brasil. A trilha que leva à base da Fumaça, chamada de Fumaça por baixo, é considerada a mais radical da Chapada.
Em grande parte do tempo, a caminhada se resume a subir e descer serras muito íngremes.
O esforço é recompensado pela paisagem e pelas cachoeiras. Uma das mais bonitas é a do Palmital. Após horas andando sobre pedras, surge uma relva verde, aveludada, no melhor estilo "O Senhor dos Anéis".
Pisando no veludo, a trilha dá em um paredão de pedra, com dezenas de bromélias vermelhas enormes. Após horas de caminhada, o banho na água gelada é inevitável.
A trilha dura três dias. A primeira parte é a mesma daqueles que só vão ver a Fumaça por cima -trilha que tem sua origem no garimpo de diamante.
Para chegar à parte superior da queda a trilha leva uma hora e meia. Sobe-se a serra para depois seguir por trecho plano.
Quem segue para a base da cachoeira passa reto, deixando a vista superior para o final. Após seguir pelo plano, vem a descida da serra do Macaco, até chegar à Toca do Macaco, onde os grupos passam a noite.
A primeira noite ao relento é emocionante. O receio de encontrar uma cobra ou escorpião é vencido pelo cansaço. E deitar na pedra após o dia de caminhada é uma dádiva.
A barraca é um opcional geralmente descartado em razão da relação entre custo e benefício: muito peso para quase nenhuma vantagem.
O segundo dia começa com a caminhada pelo cânion que leva ao poço da Fumaça. A primeira perspectiva da cachoeira já faz valer todo o esforço.
A volta se dá pelo mesmo caminho da ida. É preciso voltar à Toca do Macaco e seguir para o acampamento da segunda noite, perto da cachoeira do Capivara. Enquanto o grupo relaxa, o guia prepara o jantar.
No terceiro dia, a primeira parada é na cachoeira do Palmital. Logo cedo a caminhada fica pesada. A manhã é dedicada a subir a serra do Palmital, com vista de frente para a Fumaça. A trilha segue por um lajeado, passa por antigos garimpos e leva ao topo do paredão de onde cai a água da Fumaça.
Após três dias caminhando é inexplicável a sensação de colocar o peito no chão e a cabeça para fora, sentir o vento e o barulho da água e olhar a paisagem, os pássaros planando em círculos e a trilha percorrida.
A overdose de endorfina fez com que o grupo da reportagem terminasse a trilha correndo, apesar dos três dias de caminhada forte. (FB)


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