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AO AR LIVRE
Designer indica passeios em Vancouver, onde mora
Marian Bantjes, reconhecida designer canadense, fala sobre o logotipo dos Jogos de Inverno de 2010
DO ENVIADO ESPECIAL
Assim como está acontecendo com a Olimpíada de 2012 em
Londres, o logotipo dos Jogos
de Inverno de Vancouver está
gerando polêmica. Fruto de um
concurso, o símbolo reproduz
uma escultura do povo inuit,
que não é da região onde será o
evento.
Para Marian Bantjes (www.bantjes.com), uma das mais
conhecidas designers gráficas
do Canadá, a marca parece um
mascote. Ela falou à Folha, por
e-mail, sobre design e sobre
seus lugares preferidos em
Vancouver, onde vive.
(MARCELO PLIGER)
FOLHA - O que você acha do logotipo Vancouver 2010?
MARIAN BANTJES - Pois bem, é o
tema da hora. Fiquei contrariada quando ele saiu. Eu também
me opunha à livre concorrência
que o Comitê Olímpico realizou para obter a marca. No entanto, meus sentimentos têm
se refreado. Pessoalmente, prefiro algo modular e flexível,
pensado como um sistema para
trabalhar em toda a série de
eventos. Como os flocos de neve de Salt Lake City-2002. O logotipo 2010 parece mais com
um mascote para mim. Isso
sem falar que é um ícone dos
Territórios do Nordeste e não
tem nada a ver com esta região.
FOLHA - Qual é a relação entre seu
trabalho e o local onde você vive?
MARIAN BANTJES - Onde eu moro
é muito próximo da natureza:
cheio de árvores e samambaias.
Muito verde e exuberante. A
maioria das pessoas faria uma
comparação óbvia para o meu
trabalho, mas eu não estou convencida de que eu sou influenciada por isso. Cresci nas pradarias, no centro do Canadá, o
oposto de onde eu estou agora.
Lá é plano e seco, com um enorme céu. A maior parte da terra é
ocupada pela agricultura.
FOLHA - Como a natureza influencia sua vida e seu trabalho?
MARIAN BANTJES - Aqui é um lugar muito pacífico e sou capaz
de me concentrar e de obter um
grande efeito. Além disso, eu vivo numa ilha (não uma pequena ilha: há cerca de 3.000 pessoas), e por isso eu estou isolada do resto do mundo. Nunca
sou interrompida. O telefone
quase nunca toca. Meus clientes são quase todos dos Estados
Unidos ou de fora do Canadá.
Eu tenho uma vida tranqüila, e
isso se deve em grande parte ao
belo lugar em que vivo.
FOLHA - Quais são seus lugares favoritos em Vancouver? Para onde
você levaria um amigo brasileiro para um passeio?
MARIAN BANTJES - Dependeria
muito do amigo! Temos uma
extraordinária costa que se estende por quilômetros e é ótima para o ciclismo, é um lugar
lindo. Temos praias muito
agradáveis, a minha preferida é
Jericho Beach. No verão, gosto
de encontrar pessoas no Lighthouse Park. Um lugar cheio de
rochas onde você só pode aproveitar o sol se esticado na pedra
como um leão-marinho.
FOLHA - Os moradores de Vancouver costumam ir às Rochosas, quais
são seus lugares preferidos?
MARIAN BANTJES - Ultimamente
eu tenho preferido dirigir pelas
montanhas na rodovia 3, através de Osoyoos, passando pelo
lago Kootenay e indo até Cranbrook. É um trecho de estrada
longo, mas é muito silencioso.
FOLHA - Qual é a melhor coisa a fazer no inverno e no verão?
MARIAN BANTJES - A melhor coisa
a fazer no inverno é sentar próximo ao fogo e ouvir a chuva.
No verão, gosto de nadar no
oceano. É preciso esperar até
meados de julho ou agosto para
isso. A água é muito fria!
FOLHA - Do que você tem vergonha
na sua cidade? Por quê?
MARIAN BANTJES - Do abandono
arquitetônico de Vancouver.
Estou particularmente chateada com os novos edifícios. A cidade desperdiçou uma chance
única de criar algo realmente
maravilhoso. Em vez disso, temos prédios de vidro altíssimos
que são uma vergonha.
FOLHA - De que você mais gosta no
design?
MARIAN BANTJES - Da capacidade
de inspirar outras pessoas.
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