São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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AO AR LIVRE

Designer indica passeios em Vancouver, onde mora

Marian Bantjes, reconhecida designer canadense, fala sobre o logotipo dos Jogos de Inverno de 2010

DO ENVIADO ESPECIAL

Assim como está acontecendo com a Olimpíada de 2012 em Londres, o logotipo dos Jogos de Inverno de Vancouver está gerando polêmica. Fruto de um concurso, o símbolo reproduz uma escultura do povo inuit, que não é da região onde será o evento.
Para Marian Bantjes (www.bantjes.com), uma das mais conhecidas designers gráficas do Canadá, a marca parece um mascote. Ela falou à Folha, por e-mail, sobre design e sobre seus lugares preferidos em Vancouver, onde vive.
(MARCELO PLIGER)

 

FOLHA - O que você acha do logotipo Vancouver 2010?
MARIAN BANTJES -
Pois bem, é o tema da hora. Fiquei contrariada quando ele saiu. Eu também me opunha à livre concorrência que o Comitê Olímpico realizou para obter a marca. No entanto, meus sentimentos têm se refreado. Pessoalmente, prefiro algo modular e flexível, pensado como um sistema para trabalhar em toda a série de eventos. Como os flocos de neve de Salt Lake City-2002. O logotipo 2010 parece mais com um mascote para mim. Isso sem falar que é um ícone dos Territórios do Nordeste e não tem nada a ver com esta região.

FOLHA - Qual é a relação entre seu trabalho e o local onde você vive?
MARIAN BANTJES -
Onde eu moro é muito próximo da natureza: cheio de árvores e samambaias. Muito verde e exuberante. A maioria das pessoas faria uma comparação óbvia para o meu trabalho, mas eu não estou convencida de que eu sou influenciada por isso. Cresci nas pradarias, no centro do Canadá, o oposto de onde eu estou agora. Lá é plano e seco, com um enorme céu. A maior parte da terra é ocupada pela agricultura.

FOLHA - Como a natureza influencia sua vida e seu trabalho?
MARIAN BANTJES -
Aqui é um lugar muito pacífico e sou capaz de me concentrar e de obter um grande efeito. Além disso, eu vivo numa ilha (não uma pequena ilha: há cerca de 3.000 pessoas), e por isso eu estou isolada do resto do mundo. Nunca sou interrompida. O telefone quase nunca toca. Meus clientes são quase todos dos Estados Unidos ou de fora do Canadá. Eu tenho uma vida tranqüila, e isso se deve em grande parte ao belo lugar em que vivo.

FOLHA - Quais são seus lugares favoritos em Vancouver? Para onde você levaria um amigo brasileiro para um passeio?
MARIAN BANTJES -
Dependeria muito do amigo! Temos uma extraordinária costa que se estende por quilômetros e é ótima para o ciclismo, é um lugar lindo. Temos praias muito agradáveis, a minha preferida é Jericho Beach. No verão, gosto de encontrar pessoas no Lighthouse Park. Um lugar cheio de rochas onde você só pode aproveitar o sol se esticado na pedra como um leão-marinho.

FOLHA - Os moradores de Vancouver costumam ir às Rochosas, quais são seus lugares preferidos?
MARIAN BANTJES -
Ultimamente eu tenho preferido dirigir pelas montanhas na rodovia 3, através de Osoyoos, passando pelo lago Kootenay e indo até Cranbrook. É um trecho de estrada longo, mas é muito silencioso.

FOLHA - Qual é a melhor coisa a fazer no inverno e no verão?
MARIAN BANTJES -
A melhor coisa a fazer no inverno é sentar próximo ao fogo e ouvir a chuva. No verão, gosto de nadar no oceano. É preciso esperar até meados de julho ou agosto para isso. A água é muito fria!

FOLHA - Do que você tem vergonha na sua cidade? Por quê?
MARIAN BANTJES -
Do abandono arquitetônico de Vancouver. Estou particularmente chateada com os novos edifícios. A cidade desperdiçou uma chance única de criar algo realmente maravilhoso. Em vez disso, temos prédios de vidro altíssimos que são uma vergonha.

FOLHA - De que você mais gosta no design?
MARIAN BANTJES -
Da capacidade de inspirar outras pessoas.


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