São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008

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Internacional

Turismo, em queda no Haiti, já foi pilar da sua economia

EM BAIXA: Manifestações violentas do último mês de abril afastaram visitantes do país, que agora quer mostrar que há muito a ser descoberto além de Porto Príncipe

Ariana Cubillos - 27.mar.08/Associated Press
Jovens observam vista do forte Citadelle Laferrière, construído no séc. 19 e considerado um dos mais impressionantes do mundo

DA ASSOCIATED PRESS

Os violentos protestos de rua contra o aumento dos preços dos alimentos -que resultaram em pelo menos sete mortes e centenas de feridos no último mês de abril- minguaram as expectativas por bons números da indústria do turismo no Haiti para este ano.
A mais recente avaliação da OMT (Organização Mundial do Turismo) mostra que o turismo no país aumentou menos de 5% em relação a 2005.
Enquanto isso, a vizinha República Dominicana recebe cada vez mais turistas. São milhões de visitantes em seus resorts, o que resulta na entrada de cerca de US$ 3,5 bilhões, anualmente, no país.
A despeito dos altos índices de criminalidade, na Jamaica o setor também vai bem, recebendo US$ 2 bilhões por ano, ainda de acordo com o órgão.
A situação do Haiti começa a levar as pessoas para longe da capital, em direção ao interior. "Porto Príncipe é o inferno. Mas o Haiti é mais do que Porto Príncipe e há muitos lugares que ainda precisam ser descobertos", ressalta o empresário Jean M. Buteau.
O turismo já foi o pilar da economia haitiana. Isso, durante os quase 30 anos das ditaduras de François Duvalier (1907-1971) e de seu filho, Jean-Claude Duvalier.
Depois veio a epidemia de Aids. As praias se esvaziaram. Hotéis históricos, antes freqüentados por Mick Jagger e Jackie Onassis, também.
Em 2004, a rebelião sangrenta que derrubou o presidente Jean-Bertrand Aristide também afastou os turistas.
Antes das manifestações do último mês de abril, tudo indicava que o país veria em breve uma retomada neste setor.
Cerca de 9.000 membros das Nações Unidas patrulhavam o país e a Royal Caribbean havia anunciado em fevereiro gastos de US$ 25 milhões para a expansão do píer para a adequação da costa a navios maiores.
Parte dos US$ 270 milhões em investimentos anunciados pelo Ministério do Turismo no começo do ano eram voltados ao forte Citadelle Laferrière. Ele foi erguido entre 1805 e 1820, para defender o Haiti das invasões francesas.


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