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ACESSIBILIDADE
Lugares raramente são 100% adaptados
Sem ônibus adaptados, deficientes físicos são obrigados a gastar dinheiro com táxis ou aluguel de carro
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As características dos portadores de necessidades especiais variam e, portanto, é difícil que o turista encontre um
destino totalmente adaptado.
Presidente da Accessible
Journeys (www.disabilitytravel.com), empresa americana especializada em turismo
para deficientes físicos, Howard McCoy aprendeu, com
seus 22 anos de experiência na
área, que não é possível fazer
generalizações: "O que é acessível para uma pessoa pode ser
impossível para outra", diz.
O paraplégico Carlos Malk
Awada, 30, queixa-se que, em
Ibiúna (SP), quis ir a uma praça, mas não pôde visitá-la porque as escadas não permitiam o
acesso a sua cadeira de rodas.
Em uma viagem de avião, ele
se machucou na cadeira de rodas fornecida por uma companhia aérea, menor que a necessária para o seu tipo físico.
O turista cita outro problema. Como muitos destinos turísticos não têm número suficiente de ônibus adaptados,
quem não alugou um carro tem
que se locomover de táxi, o que
encarece o passeio.
Uma das coordenadoras do
núcleo de pesquisa Pró-Acesso,
da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Regina Cohen,
49, concorda que fazer turismo
pode ser mais caro para o deficiente físico. "As adaptações
são feitas em hotéis de quatro
ou cinco estrelas, então, não há
muita opção."
Outras barreiras
Além disso, mesmo um destino adaptado pode oferecer barreiras, de acordo com Guilherme Lira, da ONG Acessibilidade Brasil.
Lira cita o Cristo Redentor,
em que a escada rolante é adaptada para quem tem dificuldade de mobilidade, mas onde "se
alguém estiver em uma cadeira
de rodas e bobear, cai".
Outro exemplo mencionado
é o Pão de Açúcar. "A pessoa
não consegue entrar sozinha
no bondinho. Acessibilidade é
independência, não é ter que
carregar uma pessoa", afirma.
Outro fator a ser considerado
é que os turistas não precisam
de ajuda o tempo todo e, para
oferecer um atendimento mais
qualificado, é preciso saber em
que situação a pessoa quer receber o auxílio.
O portador de ataxia Dadá
Moreira, 41, reclama: "O atendente no aeroporto quer saber
algo de mim, mas se dirige à
pessoa que está comigo".
(VERENA FORNETTI)
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