São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

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FOTOGRAFIA

Tripulante procura patrocínio para publicar livro com o dia-a-dia de quem trabalha nos bastidores da aviação

Imagens esmiuçam outro lado do balcão

DA REDAÇÃO

Hans Georg, 38, aproveita o uniforme que usa como tripulante de uma companhia aérea para fotografar o que chama de visão "do outro lado do balcão", ou os bastidores da aviação. "Não a visão do passageiro, mas a do despachante, do tripulante, do mecânico de vôo", explica ele, que toca um projeto pessoal intitulado "Uma Visão do Transporte Aéreo no Final do Século 20" desde 1998.
O objetivo é registrar imagens do dia-a-dia do meio em que trabalha há 15 anos, antes que ele se transforme. "Estavam [na época] começando a projetar superaviões para mais de 500 passageiros e havia forte especulação sobre o vôo suborbital, que voaria de um continente a outro em até três horas." A possibilidade de haver aviões com camas e academia de ginástica, por exemplo, levou-o a pensar que a aviação comercial como é conhecida hoje mudaria. E decidiu fotografar.
De cerca de cem filmes, tem editadas 80 imagens em preto-e-branco, feitas com uma câmera Canon EOS A2. Além de trabalhar como comissário de bordo, Georg colabora desde 1990 com publicações de turismo, escrevendo e fotografando lugares que visita.
Dentre as suas fotos favoritas, está uma em que um mecânico de vôo apóia o rosto na mão, em frente a um painel. "Estávamos esperando para pousar. Ele passara a noite acordado, está ali, cansadão, prestes a fazer um procedimento importante. Achei que registrei bem aquele momento."
Segundo Georg, a função de mecânico de vôo está para ser extinta, pois, nos aviões modernos, a cabine do piloto, que já contou com cinco tripulantes, incluindo radiotelegrafista e navegador, hoje tem dois profissionais, auxiliados pela alta tecnologia.
A intenção de Georg é compilar as imagens em livro, e o fotógrafo está em busca de patrocínio.
Os atentados de 11 de setembro, somados à crise econômica que já vinha atingindo as companhias aéreas, devem atrasar em alguns anos as mudanças que estavam previstas e, com isso, Georg acredita que ganhou um pouco de tempo. Ele tem, por ora, um terço das imagens que pretende reunir.



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