São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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Cidade mineira é um "retrato na parede"

LUÍS NASSIF
COLUNISTA DA FOLHA

Poços de Caldas é um retrato na parede, como a Itabira de Carlos Drummond. É rica em histórias dos tempos em que tinha pouco mais de 20 mil habitantes, mas, durante alguns meses do ano, se tornava centro político, com as temporadas da família Vargas, atraindo políticos, empresários e militares.
Hoje é uma cidade ainda simpática, de 140 mil habitantes, uma população universitária. Mas ainda há vestígios de história que podem ser garimpados. O complexo Palace (antigo cassino) é um deles. Lá aconteceram shows inesquecíveis, apresentaram-se os maiores artistas do planeta e nasceram grandes paixões, que chacoalharam a República. O Palace não é mais aquele, mas ainda há alguns quartos reconstituídos, inclusive o principal, no qual Getúlio Vargas se hospedava.
O conjunto arquitetônico foi construído em 1930, junto da reforma dos jardins do Palace. Anos atrás, a prefeitura resolveu restaurar o projeto original dos jardins. Derrubou algumas árvores que nasceram depois, e ficou uma lindeza. Vale a pena passear por lá, ver a fonte luminosa dos anos 30 e tomar um café no Café Concerto. Outro passeio é no Instituto Moreira Salles, construído anos atrás em um chalé histórico.
Poços não chega a ser um centro gastronômico. Para os que apreciam a cozinha mineira, existe a cantina do Araújo. Para os que apreciam a nova cozinha francesa e são fãs do restaurante Gil (São Paulo), tem o Bartô Bistrô, na r. Pernambuco.
E tem os passeios clássicos, a fonte dos Amores, o Véu das Noivas, o Cristo Redentor, a pedra Balão, o jardim Japonês e a cascata das Antas, onde Getúlio Vargas ia encontrar sua amada, Emme Sotomaior. Para os que quiserem um banho cultural sobre Poços, tem o museu no Country Club. Sugiro também procurar o historiador Hugo Pontes, o jornalista Décio Alves de Moraes, o médico Benedictus Mário Mourão e Caio Lobato. Conseguirão bons subsídios sobre a época de ouro.


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