São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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Bahamas é "set" para trocas de alianças entre ricos

Nas praias de ar inglês, basta chegar 24h antes de dizer sim; nomes dos noivos são mantidos em sigilo

MOACYR LOPES JUNIOR
ENVIADO ESPECIAL AS BAHAMAS

O castelo de Chantilly andou fazendo sucesso no ano passado, mas não chegou nem perto da tradição casamenteira das Bahamas. As areias do arquipélago caribenho de 700 ilhas, em que só 30 são habitadas, são cenário para a troca de alianças entre noivos de gordas contas bancárias -incluindo figuras da alta sociedade brasileira.
Para dizer o "sim" ali, há poucas exigências: basta chegar às ilhas 24 horas antes do horário marcado para o casamento -não vale sábado e domingo- , pagar uma taxa de US$ 150, mostrar passaportes e uma declaração de que os noivos são solteiros ou viúvos. Quem celebra os casamentos são sacerdotes ecumênicos.
Não existe nenhuma religião denominada. Todos os envolvidos com o turismo das ilhas, como hoteleiros e agentes de viagem, não dizem quem se casou, por razão de compromisso de sigilo. Mas sempre dá para descobrir uma dica de quem já trocou alianças ali. O príncipe Felipe de Bourbon, da Espanha, por exemplo, passou a lua-de-mel nas Bahamas, no clássico hotel Ocean Club. E a modelo Cindy Crawford casou-se em uma cerimônia nos jardins do complexo.
Se o leitor quiser ser vizinho de alguma personalidade como Nicholas Cage, Julia Roberts, Robert de Niro ou Oprah Winfrey ainda pode comprar uma ilha no arquipélago, que tem várias à venda.
Mas, se adquirir uma porção de terra cercada de água ainda não é sua intenção, há outras boas opções, desde que você esteja disposto a gastar um bom dinheiro para ficar em hotéis agitados ou reservados.
A proximidade com Miami facilita o acesso às ilhas. Companhias aéreas como American Eagle, Continental, Delta, Northwest, US Airways, Jet Blue Airways, Song e Bahamas-air -que é a mais popular- têm vôos diários dos EUA para Nassau, mas é bom lembrar que, mesmo para fazer conexão, é necessário o visto norte-americano.

Ilhada
Os bahamenses pouco conhecem de outras culturas. Confundem brasileiros com portugueses e não admiram futebol. Mas, apesar de fechados, se provocados a rirem, se soltam com facilidade.
Independente da Inglaterra há 32 anos, as Bahamas ainda mostram seu lado inglês em construções e hábitos ou pela maneira estranha de dirigir nas pistas do modo inglês -visto que quase metade dos carros é modelo norte-americano, com volante do lado direito.
O viajante que optar por ficar alguns dias em Nassau pode escolher entre hotéis grandes e exóticos, como o Atlantis, direcionados para adultos, como o Sandals, animados, como o Riu, que usa o sistema de tudo incluído -o tal "all-inclusive"-, ou resorts populares, com serviços que deixam a desejar. Todos têm imensos parques aquáticos, serviços de praia e diversões disputadas, como jet-ski e "parasail" (espécie de pára-quedas puxado por lancha).
A violência na cidade é pequena; o problema maior é com os imigrantes ilegais. Cena inusitada para brasileiros foi presenciada pela reportagem da Folha: um homem corria pelas ruas, sendo perseguido por um policial.
Minutos depois, o policial, com uniforme branco, cintura justa, chapéu imponente e desarmado, aparece com o fugitivo, grande, algemado e resignado com a posição de detido.


Moacyr Lopes Junior viajou a convite do escritório de Turismo das Bahamas

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