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Bahamas é "set" para trocas de alianças entre ricos
Nas praias de ar inglês, basta chegar 24h antes de dizer sim; nomes dos noivos são mantidos em sigilo
MOACYR LOPES JUNIOR
ENVIADO ESPECIAL AS BAHAMAS
O castelo de Chantilly andou
fazendo sucesso no ano passado, mas não chegou nem perto
da tradição casamenteira das
Bahamas. As areias do arquipélago caribenho de 700 ilhas, em
que só 30 são habitadas, são cenário para a troca de alianças
entre noivos de gordas contas
bancárias -incluindo figuras
da alta sociedade brasileira.
Para dizer o "sim" ali, há poucas exigências: basta chegar às
ilhas 24 horas antes do horário
marcado para o casamento
-não vale sábado e domingo- ,
pagar uma taxa de US$ 150,
mostrar passaportes e uma declaração de que os noivos são
solteiros ou viúvos.
Quem celebra os casamentos
são sacerdotes ecumênicos.
Não existe nenhuma religião
denominada. Todos os envolvidos com o turismo das ilhas, como hoteleiros e agentes de viagem, não dizem quem se casou,
por razão de compromisso de
sigilo. Mas sempre dá para descobrir uma dica de quem já trocou alianças ali.
O príncipe Felipe de Bourbon, da Espanha, por exemplo,
passou a lua-de-mel nas Bahamas, no clássico hotel Ocean
Club. E a modelo Cindy Crawford casou-se em uma cerimônia nos jardins do complexo.
Se o leitor quiser ser vizinho
de alguma personalidade como
Nicholas Cage, Julia Roberts,
Robert de Niro ou Oprah Winfrey ainda pode comprar uma
ilha no arquipélago, que tem
várias à venda.
Mas, se adquirir uma porção
de terra cercada de água ainda
não é sua intenção, há outras
boas opções, desde que você esteja disposto a gastar um bom
dinheiro para ficar em hotéis
agitados ou reservados.
A proximidade com Miami
facilita o acesso às ilhas. Companhias aéreas como American
Eagle, Continental, Delta,
Northwest, US Airways, Jet
Blue Airways, Song e Bahamas-air -que é a mais popular-
têm vôos diários dos EUA para
Nassau, mas é bom lembrar
que, mesmo para fazer conexão, é necessário o visto norte-americano.
Ilhada
Os bahamenses pouco conhecem de outras culturas.
Confundem brasileiros com
portugueses e não admiram futebol. Mas, apesar de fechados,
se provocados a rirem, se soltam com facilidade.
Independente da Inglaterra
há 32 anos, as Bahamas ainda
mostram seu lado inglês em
construções e hábitos ou pela
maneira estranha de dirigir nas
pistas do modo inglês -visto
que quase metade dos carros é
modelo norte-americano, com
volante do lado direito.
O viajante que optar por ficar
alguns dias em Nassau pode escolher entre hotéis grandes e
exóticos, como o Atlantis, direcionados para adultos, como o
Sandals, animados, como o Riu,
que usa o sistema de tudo incluído -o tal "all-inclusive"-,
ou resorts populares, com serviços que deixam a desejar. Todos têm imensos parques aquáticos, serviços de praia e diversões disputadas, como jet-ski e
"parasail" (espécie de pára-quedas puxado por lancha).
A violência na cidade é pequena; o problema maior é com
os imigrantes ilegais. Cena inusitada para brasileiros foi presenciada pela reportagem da
Folha: um homem corria pelas
ruas, sendo perseguido por um
policial.
Minutos depois, o policial,
com uniforme branco, cintura
justa, chapéu imponente e desarmado, aparece com o fugitivo, grande, algemado e resignado com a posição de detido.
Moacyr Lopes Junior viajou a convite do escritório de Turismo das Bahamas
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