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DE VOLTA A NY
Celebridades grifam que turistas são bem-vindos
No 6º aniversário do 11 de Setembro, campanha reúne artistas para promover Nova York como destino
Tuca Vieira/Folha Imagem
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Vista da ponte de Manhattan a partir da ponte do Brooklyn |
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK (EUA)
Seis anos após a tragédia do
11 de Setembro, Nova York se
orgulha de ser o único destino
nos EUA no qual o turismo internacional continua em rota
ascendente -de 2000 a 2006,
foi registrado na cidade crescimento de 9%, contra 17% de
queda do número de visitantes
no resto do país.
Os turistas visitam uma cidade que segue ferida, é verdade.
A poucos dias da efeméride, a
cratera no lugar onde ficavam
as Torres Gêmeas do World
Trade Center, os prédios chamuscados em volta -em um
deles, o do Deutsche Bank,
houve um incêndio há 15 dias
que deixou três mortos- e as
reportagens sobre estudos e especulações sobre as seqüelas físicas e psicológicas dos ataques
na população são sinais tão evidentes quanto tristes disso.
A prefeitura de Michael
Bloomberg não parece disposta
a esconder essa dor. Tanto que
convidou jornalistas do mundo
todo para ficarem hospedados
a apenas algumas dezenas de
metros do "Ground Zero", como ficou conhecido o local do
atentado, em Downtown, e, a
partir desse ângulo, começarem a ver a cidade e a nova campanha de turismo para promovê-la nos EUA e no exterior.
A simpática Just Ask the Locals (pergunte aos locais), série
de propagandas em que celebridades nova-iorquinas ou
que vivem na cidade dão suas
dicas a visitantes, foi lançada na
semana passada na TV, nas
ruas e na internet.
Pelos anúncios, você fica sabendo que o Piccolo Angolo
Restaurant (na rua Hudson,
621, no West Village), com massas a US$ 15 (R$ 29) em média,
é recomendado pela elegantíssima Julianne Moore. A atriz
ainda sugere onde fazer compras (na Butik, Hudson, 636).
Além de Moore, Robert De
Niro, o comediante Jimmy Fallon (ex-Saturday Night Live), o
artista plástico Chuck Close e o
ex-astro de futebol americano e
apresentador Tiki Barber também juram contar aos turistas
seus lugares preferidos em NY.
De Niro recomenda o New
York City Fire Museum (www.nycfiremuseum.org), com
um dos acervos mais relevantes do país sobre a atividade
dos bombeiros desde o século
18. Esses profissionais, aliás,
foram destacados como heróis
por sua atuação no resgate das
vítimas do 11 de Setembro -a
tragédia ganhou um memorial
dentro do museu.
Outro museu recomendado é
o The Frick Collection (www.frick.org), dica de Chuck Close. Menos celebrado por turistas que outros bastiões da cultura na cidade, como o Metropolitan e o Guggenheim, guarda um acervo com obras de
Rembrandt, El Greco, Goya,
Degas e outros grandes nomes.
A campanha custou US$ 57
milhões -nenhuma celebridade recebeu cachê, de acordo
com o prefeito, que espera ainda novas adesões. "O objetivo é
mostrar aos turistas que eles
são bem-vindos aqui", afirma
Bloomberg. "O mundo precisa
saber como os nova-iorquinos
são simpáticos", continua o
prefeito, que pretende atrair 50
milhões de turistas até 2015.
Simpatia e cordialidade, porém, não podem ser consideradas marcas distintivas da cidade. As reportagens na televisão
e nos jornais, dias após o lançamento da campanha, mostravam, no entanto, que os moradores haviam recebido bem a
proposta. Em geral, a resposta
era: "Tudo bem parar duas vezes ao dia para explicar onde fica a Times Square".
O site da campanha é
www.nycvisit.com. Em Nova
York, é possível também ligar
para o número 311 e ouvir dicas
gravadas pelas celebridades.
A jornalista Flávia Marreiro viajou a convite da
American Airlines
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