São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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DE VOLTA A NY

Celebridades grifam que turistas são bem-vindos

No 6º aniversário do 11 de Setembro, campanha reúne artistas para promover Nova York como destino

Tuca Vieira/Folha Imagem
Vista da ponte de Manhattan a partir da ponte do Brooklyn


FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK (EUA)

Seis anos após a tragédia do 11 de Setembro, Nova York se orgulha de ser o único destino nos EUA no qual o turismo internacional continua em rota ascendente -de 2000 a 2006, foi registrado na cidade crescimento de 9%, contra 17% de queda do número de visitantes no resto do país.
Os turistas visitam uma cidade que segue ferida, é verdade. A poucos dias da efeméride, a cratera no lugar onde ficavam as Torres Gêmeas do World Trade Center, os prédios chamuscados em volta -em um deles, o do Deutsche Bank, houve um incêndio há 15 dias que deixou três mortos- e as reportagens sobre estudos e especulações sobre as seqüelas físicas e psicológicas dos ataques na população são sinais tão evidentes quanto tristes disso.
A prefeitura de Michael Bloomberg não parece disposta a esconder essa dor. Tanto que convidou jornalistas do mundo todo para ficarem hospedados a apenas algumas dezenas de metros do "Ground Zero", como ficou conhecido o local do atentado, em Downtown, e, a partir desse ângulo, começarem a ver a cidade e a nova campanha de turismo para promovê-la nos EUA e no exterior.
A simpática Just Ask the Locals (pergunte aos locais), série de propagandas em que celebridades nova-iorquinas ou que vivem na cidade dão suas dicas a visitantes, foi lançada na semana passada na TV, nas ruas e na internet.
Pelos anúncios, você fica sabendo que o Piccolo Angolo Restaurant (na rua Hudson, 621, no West Village), com massas a US$ 15 (R$ 29) em média, é recomendado pela elegantíssima Julianne Moore. A atriz ainda sugere onde fazer compras (na Butik, Hudson, 636).
Além de Moore, Robert De Niro, o comediante Jimmy Fallon (ex-Saturday Night Live), o artista plástico Chuck Close e o ex-astro de futebol americano e apresentador Tiki Barber também juram contar aos turistas seus lugares preferidos em NY.
De Niro recomenda o New York City Fire Museum (www.nycfiremuseum.org), com um dos acervos mais relevantes do país sobre a atividade dos bombeiros desde o século 18. Esses profissionais, aliás, foram destacados como heróis por sua atuação no resgate das vítimas do 11 de Setembro -a tragédia ganhou um memorial dentro do museu.
Outro museu recomendado é o The Frick Collection (www.frick.org), dica de Chuck Close. Menos celebrado por turistas que outros bastiões da cultura na cidade, como o Metropolitan e o Guggenheim, guarda um acervo com obras de Rembrandt, El Greco, Goya, Degas e outros grandes nomes.
A campanha custou US$ 57 milhões -nenhuma celebridade recebeu cachê, de acordo com o prefeito, que espera ainda novas adesões. "O objetivo é mostrar aos turistas que eles são bem-vindos aqui", afirma Bloomberg. "O mundo precisa saber como os nova-iorquinos são simpáticos", continua o prefeito, que pretende atrair 50 milhões de turistas até 2015.
Simpatia e cordialidade, porém, não podem ser consideradas marcas distintivas da cidade. As reportagens na televisão e nos jornais, dias após o lançamento da campanha, mostravam, no entanto, que os moradores haviam recebido bem a proposta. Em geral, a resposta era: "Tudo bem parar duas vezes ao dia para explicar onde fica a Times Square".
O site da campanha é www.nycvisit.com. Em Nova York, é possível também ligar para o número 311 e ouvir dicas gravadas pelas celebridades.


A jornalista Flávia Marreiro viajou a convite da American Airlines


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