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PARÁ
Cercada pela selva, Belém persegue sua revitalização urbana
Aberto em 2005, Mangal das Garças preserva vegetação nativa; antiga área portuária abriga restaurantes
PEDRO CARRILHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM (PA)
Antes mesmo de o avião pousar no aeroporto internacional
de Belém do Pará já é possível
dimensionar o gigantismo natural dessa parte do Brasil.
Aos poucos, por entre as densas e turbulentas nuvens que
cobrem a região, avistam-se
rios que mais parecem mar e
ilhas e mais ilhas cobertas de
floresta até o horizonte.
De repente, em meio àquela
paisagem de proporções amazônicas, surge a cidade grande,
seus limites quase sempre bem
definidos pela natureza imponente que a cerca.
Belém fica no encontro do rio
Guamá com a baía do Guajará,
perto do ponto onde esta, por
sua vez, se encontra com um
dos caudalosos braços que formam a foz do rio Amazonas e
abraçam a ilha de Marajó. Por
causa de sua localização, Belém
sempre serviu, e ainda serve,
como porta de entrada para os
encantos da Amazônia.
Docas
A capital paraense, já rica em
história, cultura e natureza,
atravessa um processo de revitalização de partes de sua orla
fluvial e de algumas construções históricas.
A Estação das Docas transformou a área portuária em pólo cultural e gastronômico desde o ano de 2000. São três armazéns que ocupam 500 metros de orla fluvial, com calçadão de paralelepípedos, tal como as ruas do centro histórico
de Belém.
Com a brisa da baía do Guajará -ou no interior do local, com
o congelante ar-condicionado-, uma média de seis mil
pessoas passeia diariamente
por restaurantes, choperia, sorveteria, lojas e quiosques de artesanato, cinemas, teatros e exposições permanentes. À noite, apresentações de músicos locais são feitas no palco deslizante que flutua sobre as cabeças dos visitantes, em uma estrutura metálica que transportava cargas nos antigos galpões.
Outro exemplo bem sucedido de revitalização é o parque
ecológico Mangal das Garças,
que preserva e reproduz ecossistemas da região desde 2005,
numa área de 40 mil m 2, às
margens da foz do rio Guamá.
Seu principal objetivo é preservar o aningal, vegetação característica do terreno onde o
complexo foi construído, mas o
parque também reproduz as
diferentes macrorregiões da
flora paraense: as matas de terra firme, as de várzea e os campos, cruzados por passarelas de
madeira. Seus lagos artificiais
abrigam garças, guarás e quelônios.
Também no Mangal fica a
torre do Farol de Belém. O mirante no topo, a 47 metros de
altura, tem provavelmente a
melhor vista da cidade. O farol
conta com um elevador para
transportar os visitantes, e fecha durante temporais.
O complexo ainda conta com
viveiros, um orquidário, o Museu Amazônico da Navegação,
restaurante e loja de produtos
do artesanato regional.
Também destaca-se o antigo
presídio de São José, construído no século 18. Desativado e
totalmente reformado, passou
a abrigar em 2000 o Espaço
São José Liberto, onde funciona o Pólo Joalheiro, a Casa do
Artesão e o museu das Gemas
do Estado. Estão expostas gemas em estado bruto e peças da
cultura indígena, como pontas
de flechas e muiraquitãs marajoaras, os amuletos de pedra
usados como proteção na caça
e na pesca.
ESTAÇÃO DAS DOCAS
av. Boulevard Castilho França, s/nº;
tel.: 0/xx/91/3212-5525
www.estacaodasdocas.com.br
MANGAL DAS GARÇAS
passagem Carneiro da Rocha, s/nº;
de ter. a dom., das 10h às 18h; ingresso: R$ 6 (para todos os espaços); R$ 2 (para cada atração); tel.:
0/xx/91/3242-5052
www.mangaldasgarcas.com.br
ESPAÇO SÃO JOSÉ LIBERTO
praça Amazonas; ter. a sáb., das
10h às 20h; dom., das 15h às 20h
tel.: 0/xx/91/3230-4452
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