São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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PARÁ

Cercada pela selva, Belém persegue sua revitalização urbana

Aberto em 2005, Mangal das Garças preserva vegetação nativa; antiga área portuária abriga restaurantes

PEDRO CARRILHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM (PA)

Antes mesmo de o avião pousar no aeroporto internacional de Belém do Pará já é possível dimensionar o gigantismo natural dessa parte do Brasil. Aos poucos, por entre as densas e turbulentas nuvens que cobrem a região, avistam-se rios que mais parecem mar e ilhas e mais ilhas cobertas de floresta até o horizonte.
De repente, em meio àquela paisagem de proporções amazônicas, surge a cidade grande, seus limites quase sempre bem definidos pela natureza imponente que a cerca.
Belém fica no encontro do rio Guamá com a baía do Guajará, perto do ponto onde esta, por sua vez, se encontra com um dos caudalosos braços que formam a foz do rio Amazonas e abraçam a ilha de Marajó. Por causa de sua localização, Belém sempre serviu, e ainda serve, como porta de entrada para os encantos da Amazônia.

Docas
A capital paraense, já rica em história, cultura e natureza, atravessa um processo de revitalização de partes de sua orla fluvial e de algumas construções históricas. A Estação das Docas transformou a área portuária em pólo cultural e gastronômico desde o ano de 2000. São três armazéns que ocupam 500 metros de orla fluvial, com calçadão de paralelepípedos, tal como as ruas do centro histórico de Belém.
Com a brisa da baía do Guajará -ou no interior do local, com o congelante ar-condicionado-, uma média de seis mil pessoas passeia diariamente por restaurantes, choperia, sorveteria, lojas e quiosques de artesanato, cinemas, teatros e exposições permanentes. À noite, apresentações de músicos locais são feitas no palco deslizante que flutua sobre as cabeças dos visitantes, em uma estrutura metálica que transportava cargas nos antigos galpões.
Outro exemplo bem sucedido de revitalização é o parque ecológico Mangal das Garças, que preserva e reproduz ecossistemas da região desde 2005, numa área de 40 mil m 2, às margens da foz do rio Guamá.
Seu principal objetivo é preservar o aningal, vegetação característica do terreno onde o complexo foi construído, mas o parque também reproduz as diferentes macrorregiões da flora paraense: as matas de terra firme, as de várzea e os campos, cruzados por passarelas de madeira. Seus lagos artificiais abrigam garças, guarás e quelônios.
Também no Mangal fica a torre do Farol de Belém. O mirante no topo, a 47 metros de altura, tem provavelmente a melhor vista da cidade. O farol conta com um elevador para transportar os visitantes, e fecha durante temporais.
O complexo ainda conta com viveiros, um orquidário, o Museu Amazônico da Navegação, restaurante e loja de produtos do artesanato regional.
Também destaca-se o antigo presídio de São José, construído no século 18. Desativado e totalmente reformado, passou a abrigar em 2000 o Espaço São José Liberto, onde funciona o Pólo Joalheiro, a Casa do Artesão e o museu das Gemas do Estado. Estão expostas gemas em estado bruto e peças da cultura indígena, como pontas de flechas e muiraquitãs marajoaras, os amuletos de pedra usados como proteção na caça e na pesca.


ESTAÇÃO DAS DOCAS
av. Boulevard Castilho França, s/nº; tel.: 0/xx/91/3212-5525
www.estacaodasdocas.com.br

MANGAL DAS GARÇAS
passagem Carneiro da Rocha, s/nº; de ter. a dom., das 10h às 18h; ingresso: R$ 6 (para todos os espaços); R$ 2 (para cada atração); tel.: 0/xx/91/3242-5052 www.mangaldasgarcas.com.br

ESPAÇO SÃO JOSÉ LIBERTO
praça Amazonas; ter. a sáb., das 10h às 20h; dom., das 15h às 20h tel.: 0/xx/91/3230-4452


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