São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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PARÁ

Refeição paraense amplia vocabulário do comensal

Palavras como tucupi, tacacá, jambu e maniçoba são aprendidas em meio a bocados que eletrizam a boca

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM

A maior delícia de uma viagem a Belém é, literalmente, a culinária local, motivo de curiosidade e deleite de quem visita a região. Com raízes que remetem à cultura indígena e abundância de ingredientes da floresta amazônica, uma refeição em Belém amplia o vocabulário de palavras, sabores e aromas de quem a prova.
O prato mais famoso é o pato no tucupi. O tucupi é um caldo fino e amarelado extraído da mandioca brava, versão envenenada da mandioca normal.
A esse caldo acrescenta-se pimenta e jambu, uma erva prima do agrião que causa dormência na boca. O pato no tucupi é acompanhado de arroz branco, farinha-d'água de mandioca e pimenta-de-cheiro.

Maniva
A maniçoba é conhecida como a feijoada paraense. É preparada com as folhas da maniva moídas e cozidas por uma semana -esse processo retira o venenoso ácido cianídrico presente nas folhas. Acrescentam-se às folhas cozidas carnes bovinas e suínas, como bucho, paio e toucinho. O resultado é um prato potente, de sabor forte e inesquecível.
Para acompanhar, o mesmo do pato: arroz, farinha de mandioca e pimenta. Nos finais de tarde, a pedida é parar numa das muitas tradicionais tacacazeiras espalhadas pelas ruas e praças da cidade.
É nessas bancas que o turista encontra a síntese da culinária paraense. O tacacá é servido muito quente em cuias. É um caldo feito de tucupi, jambu, goma da mandioca e camarões.
O sabor é absolutamente diferente de tudo que um não-paraense já provou na vida. Para provar essas e outras receitas da culinária paraense preparadas com conhecimento de causa e doses de ousadia, o melhor endereço é o do Lá em Casa, sob o comando do chef Paulo Martins.
Fora da cidade, para um almoço no meio da floresta, pegue um barco para a ilha do Cumbu, do outro lado do rio Guamá. Na entrada de um igarapé fica o Saudosa Maloca, restaurante que serve peixes da região em receitas típicas, como postas de filhote ao tucupi e pirarucu ao leite de coco.

Refresco
Pelas ruas da cidade, quando o calor começa a esgotar as energias do visitante, quando avistar um quiosque da sorveteria Cairu -são onze unidades na cidade-, pare. O calor é tamanho e a variedade de sabores é tanta que esse pode ser o melhor momento da tarde.
Nos balcões, há cerca de 70 sabores -muitos dos quais com nomes como murici, bacuri e taperebá. Peça para provar antes de escolher. Cada bola de sorvete custa R$ 2,70. (PEDRO CARRILHO)


LÁ EM CASA
Av. Gov. José Malcher, 247, tel. 0/ xx/91/3242-4222 e Estação das Docas, tel. 0/xx/91/3212-5588
www.laemcasa.com.br

CAIRU
Há 11 unidades, entre elas, na Estação das Docas e na travessa 14 de Março, 1.570 Tel.: 0/xx/91/3242-2749


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