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Fazenda de traficantes vira pousada
DA ENVIADA ESPECIAL
Existe uma única pousada numa extensão de 92.751 km2, área
quase do tamanho do Estado de
Sergipe: a Pousada do Jalapão, no
meio de uma fazenda que já serviu a traficantes de drogas. Inaugurada em 2001, a pousada ocupa
uma ínfima parte da fazenda de
9.000 hectares, tem oito casas, piscina, num total de 7,5 hectares.
Antes, a área era usada para
plantar maconha, e as casas, que
antes da reforma eram imensos
barracões, serviam como abrigo
para o refino da folha de coca.
A atuação dos traficantes foi
descoberta, e a fazenda arrestada
com todos os bens, embora os envolvidos tenham fugido. Com o
objetivo de desenvolver o turismo
na região, o governo do Estado do
Tocantins decidiu transformar o
local numa pousada e a arrendou
para os atuais donos.
As instalações foram reformadas e hoje o hóspede pode desfrutar de conforto no deserto. Todo
mês, o governo ganha 2% sobre
os lucros do estabelecimento.
Para explorar a área de mais de
8.000 hectares, que atualmente
não são aproveitados, os proprietários estão formando uma parceria com a Ulbra (Universidade
Luterana do Brasil) e com a iniciativa privada para instalar na fazenda um centro de pesquisa.
A idéia é estudar melhor a fauna
e a flora local. A partir disso, não
só a preservação da região seria
beneficiada, como também as
pessoas que vivem do deserto.
No último estudo feito na região, em 2001, foram descobertas
nove novas espécies de animais e
plantas, além de 80 grutas até então desconhecidas. "É possível
descobrir remédios, cosméticos e
outros benefícios que podem ser
gerados pelas plantas daqui. Isso
resultaria em mais investimento
na região e, com isso, mais preservação também", diz Nara Rela,
proprietária da pousada.
(SP)
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