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Parque ainda não saiu do papel
DA ENVIADA ESPECIAL
Apesar de ter sido criado em 12
de janeiro de 2001, o Parque Estadual do Jalapão ainda não existe
na prática. Uma das razões que
estão impedindo a sua real implementação é o que fazer com os
moradores da região.
A região coberta pelo parque,
um total de 158.885,50 hectares,
concentra 531 pessoas, distribuídas em vilarejos e 28 ocupações
espalhadas pelo deserto.
A idéia inicial era desapropriar
as terras dessas pessoas e indenizá-las. Mas a grande maioria não
quer se desfazer da sua propriedade nem deixar o Jalapão. Quase a
totalidade desses moradores nasceu no deserto e nunca saiu de lá.
"O que é que esse pessoal vai fazer? Eles nasceram e moraram
aqui a vida inteira. Eles vão morrer se nós os tirarmos daqui", afirma Paulo Garcia, consultor do
Ministério do Meio Ambiente que
está tentando encontrar uma solução para o problema.
Em torno do parque, desde julho de 2000, há 461 mil hectares
que compõem a Área de Proteção
Ambiental estadual.
O parque abrange ainda 31% do
município de Mateiros, que tem
uma das oito cidades localizadas
dentro do deserto, e o vilarejo de
Mumbuca, onde são vendidos artesanatos de capim-dourado (leia
mais na pág. F6), que existe há
cerca de 250 anos.
"Como é que solucionamos isso? Retiramos metade da população da cidade [que atualmente
habita uma área pertencente ao
parque" e a colocamos na outra
parte [que não o abrange"?
Separamos as famílias, os
amigos?", indaga o consultor
do ministério.
Para resolver o impasse, o
Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis), o Naturatins (órgão de ambiente
estadual) e lideranças locais,
está elaborando um plano de
manejo para o parque.
O objetivo é rever os seus
limites, de modo a afetar o
menos possível as comunidades locais.
A revisão está prevista para
terminar ainda neste semestre para que o parque possa
existir, na prática, até o final
de 2003.
(SP)
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