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VELHA NOVA INGLATERRA
Massachusetts conta 200 mil imigrantes vindos do Brasil, cidade tem cinco publicações em português
Boston tem jornal diário para brasileiros
DO ENVIADO ESPECIAL A MASSACHUSETTS (EUA)
Estamos em Eastern Avenue,
em Malden, cidade da Grande
Boston. O prédio ainda ostenta a
placa da antiga firma que ocupava
o local. Internamente, porém, está
adaptado para ser um jornal.
O espaço é exíguo, com duas salas, onde funcionam a Redação e a
parte comercial. Ao lado, uma
porta conduz à gráfica.
É ali que fica o "Diário do Brasil", primeiro jornal em português
a circular todos os dias na capital
do Estado de Massachusetts.
"A próxima etapa é lançarmos a
versão colorida. Estamos fazendo
testes, mas ainda não temos data
para anunciar a mudança", conta
Fausto Lourenço, o diretor-geral
da publicação, mostrando algumas provas insatisfatórias.
Com circulação de 2.000 exemplares -a US$ 0,40 cada um-, o
diário enfrenta concorrência feroz. Há o "A Notícia", o "Metropolitan" e o "Brazilian Times". A
"Refletir" é uma revista gospel,
também editada em português. Já
o "Jornal dos Sports" se dedica
apenas à cobertura esportiva.
"O público tem muito interesse
pelo que acontece no Brasil, principalmente no futebol e nos debates sobre a legislação norte-americana sobre imigração", conta Hélio Souza, responsável pela parte
comercial do diário, com indefectível sotaque mineiro.
Para atender aos leitores, a publicação mantém cinco correspondentes no Brasil. Sintoma da
maioria mineira, quatro estão em
Belo Horizonte e um em Ipatinga.
"Ultimamente têm aparecido
muitos brasileiros vindos de Criciúma [SC]", informa Souza.
Massachusetts, que possui cerca
de 200 mil imigrantes do país
-as contas são imprecisas diante
dos numerosos ilegais-, é hoje
um dos principais focos de atração de brasileiros nos EUA.
"Não há explicação. Acho que
um foi chamando o outro", brinca Francisco Sales Júnior, mineiro
de Governador Valadares, há cinco anos na terra do Tio Sam.
"Fiz a América", festeja ele, que
casou por lá, espera seu primeiro
filho, comprou uma casa no país e
até o final do ano recebe o seu
"green card", o ansiado passaporte americano.
Há cidades, como Sommerville,
que têm infra-estrutura completa
para o imigrante, com supermercados, bares e restaurantes voltados ao consumidor brasileiro.
Até igrejas dirigidas a esse público cresceram por lá.
O melhor exemplo é a Assembléia de Deus no Ministério de
Boston, que começou na cidade e
atualmente conta com 73 templos
espalhados pelos EUA.
A seita já se expandiu a 20 países, entre os quais Canadá, Inglaterra, França, Portugal e Japão.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
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