São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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VELHA NOVA INGLATERRA

Massachusetts conta 200 mil imigrantes vindos do Brasil, cidade tem cinco publicações em português

Boston tem jornal diário para brasileiros

DO ENVIADO ESPECIAL A MASSACHUSETTS (EUA)

Estamos em Eastern Avenue, em Malden, cidade da Grande Boston. O prédio ainda ostenta a placa da antiga firma que ocupava o local. Internamente, porém, está adaptado para ser um jornal.
O espaço é exíguo, com duas salas, onde funcionam a Redação e a parte comercial. Ao lado, uma porta conduz à gráfica.
É ali que fica o "Diário do Brasil", primeiro jornal em português a circular todos os dias na capital do Estado de Massachusetts.
"A próxima etapa é lançarmos a versão colorida. Estamos fazendo testes, mas ainda não temos data para anunciar a mudança", conta Fausto Lourenço, o diretor-geral da publicação, mostrando algumas provas insatisfatórias.
Com circulação de 2.000 exemplares -a US$ 0,40 cada um-, o diário enfrenta concorrência feroz. Há o "A Notícia", o "Metropolitan" e o "Brazilian Times". A "Refletir" é uma revista gospel, também editada em português. Já o "Jornal dos Sports" se dedica apenas à cobertura esportiva.
"O público tem muito interesse pelo que acontece no Brasil, principalmente no futebol e nos debates sobre a legislação norte-americana sobre imigração", conta Hélio Souza, responsável pela parte comercial do diário, com indefectível sotaque mineiro.
Para atender aos leitores, a publicação mantém cinco correspondentes no Brasil. Sintoma da maioria mineira, quatro estão em Belo Horizonte e um em Ipatinga.
"Ultimamente têm aparecido muitos brasileiros vindos de Criciúma [SC]", informa Souza.
Massachusetts, que possui cerca de 200 mil imigrantes do país -as contas são imprecisas diante dos numerosos ilegais-, é hoje um dos principais focos de atração de brasileiros nos EUA.
"Não há explicação. Acho que um foi chamando o outro", brinca Francisco Sales Júnior, mineiro de Governador Valadares, há cinco anos na terra do Tio Sam.
"Fiz a América", festeja ele, que casou por lá, espera seu primeiro filho, comprou uma casa no país e até o final do ano recebe o seu "green card", o ansiado passaporte americano.
Há cidades, como Sommerville, que têm infra-estrutura completa para o imigrante, com supermercados, bares e restaurantes voltados ao consumidor brasileiro.
Até igrejas dirigidas a esse público cresceram por lá.
O melhor exemplo é a Assembléia de Deus no Ministério de Boston, que começou na cidade e atualmente conta com 73 templos espalhados pelos EUA.
A seita já se expandiu a 20 países, entre os quais Canadá, Inglaterra, França, Portugal e Japão.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)


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