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BAHIA REDESCOBERTA
Badalação de Porto Seguro é rodeada de vizinhas tranqüilas
Principal destino de viagens de formatura do ensino médio soma hoje 37 mil leitos e agitada vida noturna
DO ENVIADO ESPECIAL A PORTO SEGURO
Porto Seguro é o lugar das baladas até o sol raiar, das viagens
de formatura do ensino médio,
do axé e dos pacotes mais baratos dentro do Brasil -o mais
em conta, de uma semana, custa R$ 499, com aéreo. O lado
pop da cidade se mostra na Passarela do Álcool, onde transpiram axé e manifestações populares; a cara e a gastronomia sofisticadas se apresentam no
distrito de Trancoso, reduto de
celebridades. Já os descolados
vão achar o seu lugar ao sol ou à
lua em Arraial D'Ajuda.
Com 37 mil leitos, Porto Seguro tem boa comida, agito e
praias que até poderiam estar
em vários cantos do litoral brasileiro. Mas há algo que nenhuma outra cidade do Brasil tem:
a história do descobrimento.
Primeiro núcleo habitacional do país, o centro histórico
de Porto Seguro foi fundado
ainda no século 16, quando
trouxeram de Portugal o marco
do Descobrimento, e se consolidou com a construção da igreja de Nossa Senhora da Pena, de
1535. Essa igreja exibe uma torre em louça de Macau e imagens sacras dos séculos 16 e 17.
Também está no centro histórico a Casa de Câmara e Cadeia, de 1772, que hoje abriga o
museu de Porto Seguro, onde
há informações e peças da época do descobrimento. Recentemente foi restaurada uma vila
de casario onde hoje funcionam lojas de artesanato.
Todo esse patrimônio foi
tombado em 1973 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e
Artistico Nacional (Iphan) e reconhecido pela Unesco como
patrimônio da humanidade
desde 2000.
O turista se diverte também
no centro histórico, onde pode
assistir e participar de uma aula
de capoeira antes de provar um
dos mais tradicionais acarajés
da cidade, servido por "dona"
Neusa, que está há 18 anos no
local. Há artesãos que aprenderam a tarefa com os pais e ajudam no orçamento da família
vendendo suas peças de madeira entalhada.
Noites festivas
Como não podia deixar de
ser, no berço do axé a noite é
longa, com festas até o dia amanhecer. Uma das casas noturnas mais interessantes fica numa ilha no rio Buranhém. Oficialmente é a ilha Pacuio, mas,
nas noites de sexta-feira, ela vira a ilha dos Aquários (0/xx/
73/3268-2828; R$ 35 por pessoa). É preciso tomar o barco
no final da Passarela do Álcool.
Com vários ambientes, a casa
é decorada com um aquário
com espécies das mais diversas,
como uma lagosta gigante e tubarões. O lugar toca MPB, forró
e música eletrônica. O destaque
são os shows de axé que acontecem nesse ponto de encontro
de freqüentadores com média
de idade de 18 anos.
Como opção, à beira-mar
acontecem os luaus -com música (quase sempre axé e forró),
mesas de frutas, decoração tropical e fogueiras-, oferecidos
por algumas casas noturnas.
Outro lugar onde a noite não
passa batida é a Passarela do Álcool. Sob o domínio do axé, nessa rua ficam as bancas informais que vendem de tudo: roupas, artesanato e a bebida que
fez sua fama no lugar, o "capeta", feita da mistura de pó de
guaraná, pinga e leite condensado.
(MÁRCIO FREITAS)
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