DA NORUEGA - Mergulhamos na paisagem do vale Gudbrand (Gudbrandsdal, nas placas). Ou as nuvens são muito baixas, ou as montanhas é que são altas demais. Refletidas no espelho d'água, sobrevém a desorientação: céu e terra se confundem.
O cenário permite imaginar como se produziu o emaranhado de deuses, homens e forças da natureza da mitologia nórdica. O chão da floresta úmida se cobre com um mosaico de pedras, cogumelos (há 7.000 espécies de fungo na Noruega), liquens (1.800 espécies) e musgo (mil espécies).
A qualquer momento, parece, pode surgir da mata um "troll" (habitante mitológico das florestas). Ou o próprio Peer Gynt, da peça de Henrik Ibsen musicada por Edvard Grieg, gigantes da cultura norueguesa do século 19 e seu misto de romantismo nacionalista (só em 1905 o país se separou da Suécia) e realismo impiedoso com as convenções sociais, como no drama "Casa de Bonecas".
Em Lom, o ponto alto é a igreja (Lomskyrkja). A construção de madeira do século 12, no estilo medieval "stave", está surpreendentemente bem conservada graças a incontáveis demãos de resina parecida com piche. Lembra um barco viking ancorado no tempo.
O primeiro fiorde desponta no caminho para Loen. É o fiorde do Norte (Nordfjord), um espetáculo. Mesmo sob as nuvens carregadas de chuva. O melhor, contudo, ainda está por vir, em rota para Balestrand: Sognefjord.
(ML)


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