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Parque com 212 obras faz de Oslo museu a céu aberto
Reserve pelo menos uma hora para caminhada entre as esculturas feitas de bronze, granito e ferro fundido
Trabalhos que cercam fonte associam a figura humana a árvores, em sintonia com a obsessão escandinava por matas
ENVIADO ESPECIAL À NORUEGA
Oslo é conhecida por abrigar museus dedicados a dois
outros heróis nacionais,
além do dramaturgo Henrik
Ibsen e do compositor Edvard Grieg: o pintor Edvard
Munch, autor da tela "O Grito", e Roald Amundsen, conquistador do polo Sul. Mas a
capital norueguesa é também a cidade das esculturas.
Não se trata só de mais um
museu, mas de todo um parque, o Frogner. Dentro dele
há outro, criado pelo escultor
Gustav Vigeland (1869-1943).
Reserve pelo menos uma hora para caminhar entre as 212
obras em bronze, granito e
ferro fundido.
O conjunto é peculiar. Na
entrada, colunas sustentam
mulheres abraçadas com um
lagarto e um dragão, suposta
alusão do autor às suas leituras de Sigmund Freud e ao lado escuro do inconsciente.
As colunas formam um
pórtico para a ponte ladeada
com dezenas de peças mostrando adultos e crianças.
Cenas adoráveis, cheias de
movimento e afeto. O bronze
mais concorrido, a ponto de
ter a mão polida pelo toque
dos visitantes, é a figura do
"Menino Bravo".
Mais adiante se acha a fonte cercada de esculturas que
associam árvores com seres
humanos. Casais, crianças,
velhos e até um esqueleto se
entrelaçam com troncos, sugerindo parentescos entre
carne e lenho que não destoam da obsessão escandinava com florestas.
A seguir, em plano elevado, erguem-se os 17 m do desconcertante monólito com
121 corpos nus amontoados
em granito. O monumento
fálico está cercado por escadarias e blocos com adultos e
crianças em posições intrigantes, protegido por dois
portões de ferro com silhuetas de homens e mulheres.
Mais corpos entrelaçados
compõem a "Roda da Vida" e
garantem combustível para
muitas conversas de interpretação, que poderão prosseguir no vizinho Museu Vigeland (www.vigeland.museum.no/en).
(MARCELO LEITE)
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