São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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História e cultura se encontram entre fiordes de Bergen

Bryggen, com casario que foi declarado patrimônio da humanidade pela Unesco, atrai os olhares do visitante

Antigo molhe tem uma sucessão de 11 casas geminadas de madeira colorida reconstruídas após incêndio de 1702

ENVIADO ESPECIAL À NORUEGA

Bergen, a segunda cidade da Noruega, fica num emaranhado de fiordes 478 km a noroeste de Oslo, a capital.
Dominada durante séculos pela Liga Hanseática, rede que controlava o comércio de bacalhau e grãos, tem clara semelhança com cidades portuárias alemãs como Hamburgo e Lübeck.
Seu centro de gravidade é Vagen, abrigo do porto mais histórico. Dali partem muitos barcos de passeio. No local fica também o mercado de peixes e flores, oportunidade para travar contato direto com elementos decisivos da cultura norueguesa.
É Bryggen, porém, que atrai os olhares do visitante. O antigo molhe oferece a quintessência do cartão postal, uma sucessão de 11 casas geminadas de madeira colorida e telhados pontudos reconstruídas após o grande incêndio de 1702.
Ligeiramente fora de esquadro, o casario foi declarado patrimônio da humanidade pela Unesco. Vale a pena embrenhar-se no labirinto de pátios e corredores com assoalho de madeira por trás das fachadas.
Atente para as projeções do telhado que abrigam vigas e roldanas antes usadas para içar cargas recém-chegadas de barco.

VISTA PANORÂMICA
A cinco minutos de caminhada está a segunda atração mais visitada de Bergen, o funicular para Floyen.
Do morro de 320 metros obtém-se uma visão panorâmica da cidade recortada pelos fiordes. Como no Rio de Janeiro e em Sydney, a combinação de mar e cidade se prova infalível.
O terceiro ponto de passagem obrigatória em Bergen é Troldhaugen, o "morro dos trolls" (seres fantásticos das matas escandinavas).
Na bela construção de madeira à beira do lago Nordasvannet morou nos verões de 1885 a 1907 o grande compositor norueguês Edvard Grieg (1843-1907).
Seu Steinway de cauda ainda está no canto da sala maior. É a peça central da profusão de memorabilia.
Janelas altas desenhadas pelo próprio compositor garantem luz abundante e um vislumbre da atmosfera escolhida para criar suas peças inspiradas em canções folclóricas de uma nação ainda por separar-se da Suécia.
Além da casa propriamente dita, os jardins abrigam um museu com restaurante, a cabana onde se refugiava o artista e Troldsalen, a sala de concertos. Há apresentações de segunda a sexta, das 13h às 13h30, de junho a agosto, assim como nas tardes de quarta, sábado e domingo.
O visitante entusiasta de frutos do mar, se estiver com o estômago vazio e os bolsos recheados, deve tomar um barco até a ilhota Holmen, onde fica o restaurante Cornelius. Lagostas, ostras, vieiras, mariscos e ouriços ficam em tanques à vista do freguês, mas o chef Odd Einar Tufteland também pesca pessoalmente seus ingredientes no mar ao redor.
(MARCELO LEITE)


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