São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

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Bacalhau verdadeiro está sob ameaça de extinção

Noruega e Rússia controlam maior estoque viável do peixe Gadus morhua

População de bacalhau do Atlântico entrou em colapso no Canadá e no mar do Norte; "primo" vive bem no Pacífico

ENVIADO ESPECIAL À NORUEGA

A Noruega divide com a Rússia o trecho do oceano Ártico conhecido como mar de Barents e, nele, o maior estoque remanescente do verdadeiro bacalhau, o do Atlântico (Gadus morhua). Não confundir com o do Pacífico, Gadus macrocephalus, que não está ameaçado.
Noutras paragens, como os Grandes Bancos do Canadá e o mar do Norte, cardumes de G. morhua entraram em colapso, o que levou à proibição de sua pesca.
Nos fiordes e nas áreas costeiras da Noruega, a retirada neste ano foi fixada em apenas 21 mil toneladas, embora o recomendado por cientistas fosse zero. A mesma recomendação de proibir a pesca já vale para 2011.
Em Barents, a situação é outra. A cota para este ano é de 607 mil toneladas . Para 2011, a recomendação científica é 703 mil toneladas. As cotas vêm aumentando porque o governo norueguês avalia que a população do peixe está em recuperação. O número crítico monitorado é o de fêmeas em condição de desovar, o que ocorre a partir dos três anos. Na primeira desova, o peixe libera em torno de 400 mil ovos. As fêmeas mais velhas chegam a soltar 15 milhões deles.
Um bacalhau adulto atinge 1m30 e 40 kg. Se muitos deles forem pescados, sobrarão mais fêmeas pequenas, que produzem poucos ovos.
A organização não governamental WWF (World Wide Fund for Nature) pressiona o governo para controlar melhor a indústria do bacalhau. Sua preocupação maior é com a pesca não controlada.
Embora a política oficial norueguesa seja de reduzir a capacidade da frota pesqueira, segundo o WWF ela cresceu 70% desde 1990.
Noruega e Rússia administram em conjunto o estoque do mar de Barents, para torná-lo sustentável, mas também planejam explorar petróleo na região. Segundo ambientalistas, um derramamento de óleo em área de desova teria efeitos desastrosos sobre a população de bacalhau.
(MARCELO LEITE)

FOLHA.com

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