São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2006

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ROTA BORBULHANTE

Champanhe e Arde nas apraz em visitantes

Regiões francesa e belga combinam paisagens de uva cultivada, de extensas florestas e de rios sinuosos

MÁRIO MOREIRA
ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA
E À BÉLGICA


No final do mês, quando milhões de pessoas ao redor do mundo estiverem colocando o champanhe no gelo para festejar o Réveillon, poucas terão em mente a origem da bebida.
Pois a região da Champanhe, pouco visitada por brasileiros, é uma das mais belas e acessíveis da França, apenas a pouco mais de uma hora de carro de Paris.
Circular nas estradinhas que serpenteiam pelos vinhedos, provar as uvas de que é feito o autêntico champanhe, visitar as grandes e pequenas caves que abastecem o mundo com a bebida e ainda conhecer monumentos como a esplêndida catedral de Reims -tudo são prazeres que só a região oferece.
O champanhe tem origem na segunda metade do século 17, quando o monge dom Pérignon, responsável pela despensa da abadia de Hautvillers, observou que os vinhos brancos locais sofriam uma segunda fermentação depois de engarrafados, produzindo borbulhas que estouravam as rolhas. Ele então experimentou amarrar as rolhas com arame, conseguindo "domar" a segunda fermentação e criando o champanhe.
Hoje a região concentra cerca de 5.000 fabricantes da bebida, que produzem por ano mais de 300 milhões de garrafas.

Os vinhedos
O cultivo das uvas é feito na chamada montanha de Reims -um conjunto de colinas entre Reims, principal cidade da Champanhe, e Épernay. As duas abrigam a maioria das grandes caves de champanhe. Mas só as grandes, pois não faltam pequenos fabricantes independentes, espalhados pelos 68 vilarejos da região.
Para conhecê-la, é indispensável estar de carro, partindo de Reims pela rodovia N51. Em algumas horas, dá para circular por boa parte da "montanha". O ideal é seguir as placas que indicam as "Routes du Champagne" (rotas do champanhe). Mas atenção: nos vilarejos, elas às vezes somem, obrigando o motorista a perder alguns minutos até achar o caminho.
Isso pode servir de pretexto para respirar o ar tranqüilo das vilas, quase todas com monumentos aos mortos nas duas guerras mundiais -em ambas, a região foi palco de batalhas.
Circulando por essas estradas, a visão das suaves encostas onde é cultivada a famosa uva fascina qualquer um. Em vários trechos, pode-se parar o carro e caminhar entre as videiras.
A melhor época para conhecer a região é o início de setembro, quando as parreiras estão carregadas, prontas para a colheita, que começa em meados do mês e vai até outubro.
Os vinhedos mais bonitos ficam na chamada Petite Montagne, a primeira que surge para quem vem de Paris. Em Verzenay, um dos vilarejos da parte oposta, a Grande Montagne, destacam-se na paisagem um moinho, um inusitado farol e o anexo Museu do Vinho.

Ardenas
E já que estamos na Champanhe, uma boa pedida é esticar a viagem mais para cima, para conhecer a região das Ardenas.
Esse maciço com altitudes de 200 m a 700 m, que começa no norte da Champanhe e se estende por todo o sudeste da Bélgica, é caracterizado por extensas florestas e rios sinuosos. Suas pequenas cidades são o cenário ideal para dias de relaxamento -é aqui que fica a mundialmente conhecida Spa.
Confira, nas páginas seguintes, um roteiro pelas duas regiões, misturando arte, história e uma exuberante natureza.


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