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ROTA BORBULHANTE
Champanhe e Arde nas apraz em visitantes
Regiões francesa e belga combinam paisagens de uva cultivada, de extensas florestas e de rios sinuosos
MÁRIO MOREIRA
ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA
E À BÉLGICA
No final do mês, quando milhões de pessoas ao redor do
mundo estiverem colocando o
champanhe no gelo para festejar o Réveillon, poucas terão
em mente a origem da bebida.
Pois a região da Champanhe,
pouco visitada por brasileiros, é
uma das mais belas e acessíveis
da França, apenas a pouco mais
de uma hora de carro de Paris.
Circular nas estradinhas que
serpenteiam pelos vinhedos,
provar as uvas de que é feito o
autêntico champanhe, visitar
as grandes e pequenas caves
que abastecem o mundo com a
bebida e ainda conhecer monumentos como a esplêndida catedral de Reims -tudo são prazeres que só a região oferece.
O champanhe tem origem na
segunda metade do século 17,
quando o monge dom Pérignon, responsável pela despensa
da abadia de Hautvillers, observou que os vinhos brancos locais sofriam uma segunda fermentação depois de engarrafados, produzindo borbulhas que
estouravam as rolhas. Ele então experimentou amarrar as
rolhas com arame, conseguindo "domar" a segunda fermentação e criando o champanhe.
Hoje a região concentra cerca de 5.000 fabricantes da bebida, que produzem por ano mais
de 300 milhões de garrafas.
Os vinhedos
O cultivo das uvas é feito na
chamada montanha de Reims
-um conjunto de colinas entre
Reims, principal cidade da
Champanhe, e Épernay. As
duas abrigam a maioria das
grandes caves de champanhe.
Mas só as grandes, pois não faltam pequenos fabricantes independentes, espalhados pelos
68 vilarejos da região.
Para conhecê-la, é indispensável estar de carro, partindo
de Reims pela rodovia N51. Em
algumas horas, dá para circular
por boa parte da "montanha".
O ideal é seguir as placas que
indicam as "Routes du Champagne" (rotas do champanhe).
Mas atenção: nos vilarejos, elas
às vezes somem, obrigando o
motorista a perder alguns minutos até achar o caminho.
Isso pode servir de pretexto
para respirar o ar tranqüilo das
vilas, quase todas com monumentos aos mortos nas duas
guerras mundiais -em ambas,
a região foi palco de batalhas.
Circulando por essas estradas, a visão das suaves encostas
onde é cultivada a famosa uva
fascina qualquer um. Em vários
trechos, pode-se parar o carro e
caminhar entre as videiras.
A melhor época para conhecer a região é o início de setembro, quando as parreiras estão
carregadas, prontas para a colheita, que começa em meados
do mês e vai até outubro.
Os vinhedos mais bonitos ficam na chamada Petite Montagne, a primeira que surge para quem vem de Paris. Em Verzenay, um dos vilarejos da parte oposta, a Grande Montagne,
destacam-se na paisagem um
moinho, um inusitado farol e o
anexo Museu do Vinho.
Ardenas
E já que estamos na Champanhe, uma boa pedida é esticar a
viagem mais para cima, para
conhecer a região das Ardenas.
Esse maciço com altitudes de
200 m a 700 m, que começa no
norte da Champanhe e se estende por todo o sudeste da
Bélgica, é caracterizado por extensas florestas e rios sinuosos.
Suas pequenas cidades são o cenário ideal para dias de relaxamento -é aqui que fica a mundialmente conhecida Spa.
Confira, nas páginas seguintes, um roteiro pelas duas regiões, misturando arte, história
e uma exuberante natureza.
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