São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 2006

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ROTA BORBULHANTE

Palco de guerras, Reims consagrou reis

Foram coroados 25 monarcas franceses na cidade; basílica de Saint-Rémi é uma das principais atrações

DO ENVIADO À FRANÇA E À BÉLGICA

Principal cidade da Champanhe, com 200 mil habitantes, Reims é cheia de história e foi palco de guerras devastadoras, como a Franco-Prussiana, em 1870, e a Primeira Guerra Mundial. Também ali foi assinada a rendição alemã, em maio de 1945, episódio que deu fim à Segunda Guerra na Europa.
Antiga capital da tribo dos remos, Reims (pronuncia-se "rans") foi capital da Província da Bélgica durante o Império Romano, quando, então, se chamava Durocortorum.
Poucos monumentos restam dessa época. O mais famoso é a Porta de Marte, arco triunfal erguido em honra ao imperador Augusto e que serviu de porta às muralhas medievais, derrubadas no século 18.
Foi a partir do século 5º, quando o cristianismo já se impusera na região aos antigos cultos bárbaros, que Reims assumiu importância religiosa para os francos, povo que deu origem à França atual.
No Natal de 496, o bispo Remi batizou na cidade o rei Clóvis, selando a união dos francos sob o cristianismo. Reza a lenda que, quando Clóvis entrou no batistério, uma pomba, símbolo do Espírito Santo, entregou a Remi a Santa Ampola, contendo o óleo destinado ao batismo.
Em memória disso, a partir do século 11 os reis franceses passaram a ser coroados em Reims. A cerimônia, que durou até 1825, consagrou nada menos que 25 monarcas.
A basílica de Saint-Rémi, aliás, é uma das principais atrações de Reims, só atrás da catedral de Notre Dame. Sua construção foi iniciada em 1007, no lugar de uma igreja do século 9º, que, por sua vez, substituíra uma basílica erguida para abrigar as relíquias do santo.
A fachada é dominada por duas torres quadradas, mas a da direita é do século 11, enquanto a da esquerda só foi construída no século 19, tentando preservar o estilo da outra.
O longo interior, com 122 m de comprimento, favorece a penumbra, o que valoriza os belos vitrais da fachada -sobretudo à tarde, quando o sol ilumina a igreja pela frente. A tumba de são Remi fica atrás do altar.
Anexo à basílica há o interessante Museu Saint-Rémi, contendo belas peças sacras e uma série de dez grandes tapeçarias retratando episódios da vida do santo, produzidas no século 16.
Embora tenha sofrido bastante nos conflitos com os alemães, sobretudo na Primeira Guerra Mundial, Reims preserva alguns recantos históricos. O principal é a place Royale, planejada em 1760 e que tem no centro uma estátua de Luís 15.
À noite, a pedida é circular pela place D'Erlon, centro boêmio e gastronômico. Um alerta, porém, para quem imagina que ali beberá champanhe a preços camaradas: na praça, uma garrafa das marcas menos conhecidas sai em torno de 40 (cerca de R$ 115). (MÁRIO MOREIRA)


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