|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
on the road, 50
Jornalista refez outros caminhos
Bueno publicará livro sobre personalidades que visitaram o Brasil, como o etnólogo Lévi-Strauss
Banco de Dados/Folha Imagem
 |
Kerouac diante de bar em NY, ponto de partida do livro |
DA REPORTAGEM LOCAL
Leia continuação da entrevista de Eduardo Bueno.
FOLHA - A que motivo você atribui
esse interesse dos leitores?
BUENO - "On the Road" é um livro seminal, inaugura um movimento quase atemporal, que
tem a ver com todo mundo que
sente a vertigem de rebelião, de
liberdade total -que depois se
revela relativamente falsa. Mas
é preciso passar por essa experiência.
FOLHA - Você também navegou e
passou por alguns lugares descritos
nos seus livros de história.
BUENO - Aí é muito diferente.
Eu refiz foi as viagens do Thoreau, eu ia escrever um livro sobre ele e fui pros EUA em 1986,
só pra refazer as viagens dele.
Fui de novo pra Concord e Cape Cort, subi as montanhas que
ele subiu, fiz o circuito dele.
Mas pros livros de história é diferente. Não fui refazer as caminhadas de ninguém, só fui
ver como era o lugar. Porque aí
é melhor para escrever. Sempre
que posso faço isso.
FOLHA - Você escreverá um livro
sobre 12 viajantes que publicará pela editora Planeta. Quem são esses
viajantes?
BUENO - Américo Vespúcio,
frei Gaspar de Carvajal, Cabeza
de Vaca, Maurício de Nassau,
Alexandre Rodrigues Ferreira,
Maria Graham, Peter Lund, coronel Fawcett, Theodore Roosevelt, Stephan Zweig, Lévi-Strauss e Orson Welles. A lista
começa com um mentiroso e
termina com um mentiroso
maior ainda.
FOLHA - Nos seus livros, principalmente no último, "A Coroa, a Cruz e
a Espada", você fala da corrupção no
país. Ter estudado o tema o deixa
mais pessimista que a média das
pessoas quanto ao novo Congresso?
BUENO - Cada povo tem o Congresso que merece. Eu só não
sabia que o povo brasileiro era
ainda mais patético do que eu
achava que era. Há a exceção
do meu querido amigo Gabeira
[Fernando, deputado]. Eu livraria também a cara do Cristovam [Buarque] e do Suplicy
[Eduardo, senador], ele cantou
"Blowing in the Wind", né?
Texto Anterior: Editora aposta em overdose de autores beatniks
Próximo Texto: Figuras de Bueno
Índice
|
