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CERRADO 'ABERTO'
Local faz parte de um museu sobre a região e será inaugurado com danças de xavantes no dia 18
Em Goiânia, memorial ganha aldeia
MIRELLA DOMENICH
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA (GO)
Quem quiser conhecer Goiânia
(GO) tem uma ótima desculpa no
próximo dia 18 de abril, quando
índios xavantes participam da cerimônia de inauguração da réplica de uma aldeia indígena no Memorial do Cerrado Padre Pereira,
localizado na cidade.
Além de poder ver de perto a
apresentação de danças e de rituais desses índios, a ocasião é
uma ótima oportunidade para o
visitante aprender um pouco
mais sobre a história do cerrado e
de seus habitantes.
No memorial, onças-pintadas,
sucuris, cutias, ariranhas e outros
animais empalhados dividem espaço com amostras da flora da região. Uma vila cenográfica, onde a
aldeia foi montada, reproduz a arquitetura e os costumes do período de transição do Brasil colonial
para a República.
Foram 15 anos de pesquisa até o
término da construção do memorial nas dependências de um dos
campi da Universidade Católica
de Goiás (UCG), há pouco mais
de dois anos.
Com proposta didática e científica, o memorial pode -e deve-
ser visitado por qualquer pessoa
que tenha curiosidade na formação da sociedade brasileira, principalmente daquela encravada no
cerrado, no centro do país, muitas
vezes esquecido nas próprias aulas de geografia da escola.
É um memorial singular no Brasil porque, além de um museu de
história natural, tem a vila cenográfica Santa Luzia, onde o visitante vê em tamanho natural
construções típicas dos séculos
passados e objetos preservados.
A melhor opção de visita são as
monitoradas, que devem ser marcadas e duram cerca de uma hora
e meia. Longe de ser uma aula de
história ou de geografia tradicional, quem visita o memorial tem
uma oportunidade única de
aprender de forma dinâmica.
Linha do tempo
A visita ao memorial começa
dentro do museu, onde se tem
uma idéia da história da Terra. No
primeiro corredor, o visitante observa painéis de referência sobre
eras geológicas e quadros evolutivos das plantas e dos grandes grupos de animais.
Tudo é explicado detalhadamente pelo guia, que faz um resumo da evolução do planeta, desde
o Período Pré-Cambriano até a
Era Paleozóica. Há ainda a exposição de rochas e de minerais comuns do cerrado e de fósseis correspondentes aos diferentes períodos geológicos.
Num segundo corredor, o visitante segue conhecendo os processos evolutivos dos períodos
Mesozóico ao Cenozóico, acompanhando a evolução da vida, que
vai dos répteis até o aparecimento
dos mamíferos. Em todas as áreas
o visitante é premiado com gravuras, ilustrações, fotos e, em alguns
casos, animais empalhados.
A mesma estrutura é repetida
nas seções seguintes, que contam
a história da origem da humanidade, com elementos da fauna
africana atual, a chegada do homem à América do Norte, à América Central e à América do Sul,
além da formação do cerrado.
Nesta última seção, a maior de
todas, o visitante pode observar a
diversidade que há no cerrado.
Há diversos cenários que remontam à flora e à fauna do cerrado e de seus subsistemas. Maquetes são usadas para explicar as
origens dos três grandes grupos
de rochas que formam a região.
Além da parte geográfica do
cerrado, o memorial resgata ainda os primeiros indícios de civilização da região. Um mostruário
de pequenos cenários representa
sítios arqueológicos, e painéis
mostram diferentes manifestações de arte rupestre.
A exposição termina com uma
homenagem aos índios brasileiros, onde estão expostos vários
painéis referentes ao tema. O poema "Chegança", de Antônio Nóbrega e Wilson Freire, marca a última seção do museu. Ele termina
com uma frase bem sugestiva do
que o visitante ainda pode esperar: "Ai, senti no coração, o Brasil
vai começar".
Memorial do Cerrado - Universidade
Católica de Goiás, Campus 2, Goiânia;
funciona de segunda a sexta, das 8h às
17h. Tel. para marcar visitas: 0/xx/62/
227-1077.
Mirella Domenich viajou a convite da
Abrajet-GO, da Secretaria Municipal de
Turismo de Goiânia, da Agetur, do Goiânia Convention & Visitors Bureau, da
Abih, da Varig e da prefeitura de Caldas
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