São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2006

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CORES DA CIDADE

Comportamento pode ser comparado ao dos franceses descrito por aristocrata italiano no século 17

Cordialidade não é a tônica entre os nova-iorquinos

DO ENVIADO ESPECIAL A NY

Um colunista do "New York Times" observou recentemente que Nova York é a única cidade no mundo onde é possível ser deliberadamente atropelado na calçada por um pedestre.
Lorenzo Magalotti, um aristocrata italiano do século 17, que viajava pelas cortes européias, escreveu o seguinte comentário sobre espanhóis e franceses: "A característica do espanhol consiste em adorar a si mesmo, aquela dos franceses, no tratar mal o companheiro. Essa é mais intolerável que a primeira, contra a qual tem defesa: se atribuímos ao espanhol mais méritos do que merece, ele passa a gostar de nós; entretanto, se nos abaixamos a tentar comprazer o francês, ele esquenta mais e nos maltrata mais ainda".
A defesa contra o francês consistiria em maltratá-lo na dose certa; dessa maneira ele passa a ter estima, pois aprecia o bom espírito, até quando vai contra ele.
O espanhol não mudou e há muitos na cidade (o sobrenome mais comum em Nova York é Rodriguez).
Basta substituir o francês da frase de Magalotti pelo resto dos cidadãos para que essa definição caiba como uma luva (de boxe) aos nova-iorquinos que se encontram na rua.
Com uma diferença, porém. Se o francês sempre foi assim, o habitante de Nova York não nasceu necessariamente mal-humorado.
"Todo dia -ecoa Nelson Motta em "Nova York É Aqui" (editado em 1997)-, vem gente do mundo inteiro e de todas as partes dos Estados Unidos para Nova York para "fazer a América" como tantos iguais a eles fizeram. Certamente eles não vêm com cordialidade e bom-mocismo. E aí o pessoal acostuma com o estilo e assim a coisa vai e chega ao que é."
(VINCENZO SCARPELLINI)


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