São Paulo, quinta-feira, 09 de fevereiro de 2006

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BALBÚRDIA E TORTILHAS

Região em torno da praça central junta catedral torta, ruína asteca e murais de Diego Rivera

Zócalo é extrato concentrado da capital

DA ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO

Está tudo ali: um templo asteca, uma catedral da Nova Espanha, murais de Diego Rivera, muitas pessoas e milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo.
O zócalo, praça central da Cidade do México, cujo nome oficial é plaza de la Constitución, é uma espécie de extrato concentrado da metrópole.
As três paradas obrigatórias estão bem próximas da praça: na face norte, fica a catedral; na oeste, o palácio Nacional, e, ao lado da catedral, está o Templo Mayor, ruínas de um templo asteca.
A catedral, a maior da América Latina, além de ser enorme e ter altares barrocos de confundir os olhos, impressiona por estar totalmente torta. Como foi erguido sobre o lago Texcoco, o prédio afunda em algumas partes. Assim, ao entrar pela porta do lado direito, é possível observar, em um enorme corredor, que as colunas pendem para um lado.
Para evitar injustiças, é bom programar mais de um dia para visitar o centro. Assim, o turista pode ficar algum tempo nessa igreja, apinhada de detalhes.
O passeio deve ser feito a partir das 16h ou às 11h30 em ponto. É que esses são os horários nos quais é possível subir às torres da igreja com a companhia de um badalador de sinos.
O passeio custa 12 pesos (R$ 2,50). O grupo sobe enormes escadas em caracol para chegar ao campanário. Ali, o badalador conta a história dos sinos. De lá, atravessa-se o teto da nave da catedral. Com o zócalo a seus pés, o visitante ouve os batuques dos grupos que fazem performances astecas na praça. E vai ao outro campanário. Quem faz o passeio às 11h30 assiste ao badalador em ação: o tour é interrompido para que ele toque os sinos.

Rivera
O palácio Nacional é um prédio imponente, que começou a ser construído no fim do século 17 pelo conquistador Hernán Cortés sobre a casa de Montezuma, o lendário imperador asteca. O prédio fica salpicado de turistas que vão ali para ver os murais do artista mexicano Diego Rivera.
Trata-se de um grupo de murais liderado por aquele que fica nas escadarias que levam ao segundo andar, onde estão todos os outros. Nesse primeiro, Rivera condensa a história do México separando os vilões (colonizadores e capitalistas) dos heróis (revolucionários e povos pré-colombianos).
Os outros murais, espalhados pelos corredores, retratam cenas indígenas, como a vida nos mercados, a produção de pulque, bebida fermentada de maguey, a planta que dá origem à tequila, e mulheres tecendo.
Entrar no palácio é grátis, basta apresentar um documento de identificação para os guardas. Ali dentro é possível contratar um guia que explique todos os painéis. O "Guia Visual Folha de S.Paulo" tem uma sucinta explicação das partes principais do mural, mas pode ser o suficiente.

Astecas
Ao lado da catedral fica o Templo Mayor (www.conaculta.gob.mx/templomayor), antigo templo asteca. A Cidade do México foi construída exatamente sobre Tenochtitlán, a capital dos astecas. Descoberto em 1978, esse templo foi edificado entre os séculos 14 e 15. As ruínas foram transformadas em um museu, onde se podem ver peças e sacrifícios feitos no templo. Entre os pontos altos estão os guerreiros-águia, esculturas de barro em tamanho natural. São oito salas que devem ser visitadas em ordem e apresentam o povo que vivia ali.
A cidade de Tenochtitlán foi erguida sobre o lago de Texcoco em forma de aterros, com canais e pontes. Os espanhóis continuaram a aterrar o lago, e hoje os canais são canalizados. Diante da entrada do Templo Mayor há uma maquete reproduzindo a cidade dos astecas. O ingresso custa 45 pesos (R$ 9,30). É possível agendar visitas guiadas gratuitas (tel.: 00/xx/52/55/5542-4784).
O clima de canais e aterros ainda pode ser conferido em Xochimilco, onde ainda há 180 km de canais.
(HELOISA LUPINACCI)


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