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BALBÚRDIA E TORTILHAS
Região em torno da praça central junta catedral torta, ruína asteca e murais de Diego Rivera
Zócalo é extrato concentrado da capital
DA ENVIADA ESPECIAL À CIDADE DO MÉXICO
Está tudo ali: um templo asteca,
uma catedral da Nova Espanha,
murais de Diego Rivera, muitas
pessoas e milhares de coisas acontecendo ao mesmo tempo.
O zócalo, praça central da Cidade do México, cujo nome oficial é
plaza de la Constitución, é uma
espécie de extrato concentrado da
metrópole.
As três paradas obrigatórias estão bem próximas da praça: na face norte, fica a catedral; na oeste, o
palácio Nacional, e, ao lado da catedral, está o Templo Mayor, ruínas de um templo asteca.
A catedral, a maior da América
Latina, além de ser enorme e ter
altares barrocos de confundir os
olhos, impressiona por estar totalmente torta. Como foi erguido
sobre o lago Texcoco, o prédio
afunda em algumas partes. Assim, ao entrar pela porta do lado
direito, é possível observar, em
um enorme corredor, que as colunas pendem para um lado.
Para evitar injustiças, é bom
programar mais de um dia para
visitar o centro. Assim, o turista
pode ficar algum tempo nessa
igreja, apinhada de detalhes.
O passeio deve ser feito a partir
das 16h ou às 11h30 em ponto. É
que esses são os horários nos
quais é possível subir às torres da
igreja com a companhia de um
badalador de sinos.
O passeio custa 12 pesos (R$
2,50). O grupo sobe enormes escadas em caracol para chegar ao
campanário. Ali, o badalador
conta a história dos sinos. De lá,
atravessa-se o teto da nave da catedral. Com o zócalo a seus pés, o
visitante ouve os batuques dos
grupos que fazem performances
astecas na praça. E vai ao outro
campanário. Quem faz o passeio
às 11h30 assiste ao badalador em
ação: o tour é interrompido para
que ele toque os sinos.
Rivera
O palácio Nacional é um prédio
imponente, que começou a ser
construído no fim do século 17
pelo conquistador Hernán Cortés
sobre a casa de Montezuma, o
lendário imperador asteca. O prédio fica salpicado de turistas que
vão ali para ver os murais do artista mexicano Diego Rivera.
Trata-se de um grupo de murais
liderado por aquele que fica nas
escadarias que levam ao segundo
andar, onde estão todos os outros.
Nesse primeiro, Rivera condensa
a história do México separando os
vilões (colonizadores e capitalistas) dos heróis (revolucionários e
povos pré-colombianos).
Os outros murais, espalhados
pelos corredores, retratam cenas
indígenas, como a vida nos mercados, a produção de pulque, bebida fermentada de maguey, a
planta que dá origem à tequila, e
mulheres tecendo.
Entrar no palácio é grátis, basta
apresentar um documento de
identificação para os guardas. Ali
dentro é possível contratar um
guia que explique todos os painéis. O "Guia Visual Folha de
S.Paulo" tem uma sucinta explicação das partes principais do
mural, mas pode ser o suficiente.
Astecas
Ao lado da catedral fica o Templo Mayor (www.conaculta.gob.mx/templomayor), antigo templo asteca. A Cidade do México
foi construída exatamente sobre
Tenochtitlán, a capital dos astecas. Descoberto em 1978, esse
templo foi edificado entre os séculos 14 e 15. As ruínas foram
transformadas em um museu,
onde se podem ver peças e sacrifícios feitos no templo. Entre os
pontos altos estão os guerreiros-águia, esculturas de barro em tamanho natural. São oito salas que
devem ser visitadas em ordem e
apresentam o povo que vivia ali.
A cidade de Tenochtitlán foi erguida sobre o lago de Texcoco em
forma de aterros, com canais e
pontes. Os espanhóis continuaram a aterrar o lago, e hoje os canais são canalizados. Diante da
entrada do Templo Mayor há
uma maquete reproduzindo a cidade dos astecas. O ingresso custa
45 pesos (R$ 9,30). É possível
agendar visitas guiadas gratuitas
(tel.: 00/xx/52/55/5542-4784).
O clima de canais e aterros ainda pode ser conferido em Xochimilco, onde
ainda há 180 km de canais.
(HELOISA LUPINACCI)
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