São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Colônia exibe nas ruas suas lembranças portuguesas

A pouco menos de duas horas de Montevidéu, cidade histórica tem vias charmosas e casarões antigos

EM MONTEVIDÉU

Portuguesa com sotaque espanhol ou vice-versa. Colônia do Sacramento trocou de "metrópole" tantas vezes ao longo dos séculos 17 e 19 que as influências dos dois países se confundem. Em 1825, tornou-se uruguaia. E, por fim, uma cidade de todo o mundo: desde 1995, seu bairro histórico é considerado Patrimônio Cultural Mundial.
A entrada da parte antiga da cidade já dá uma idéia do que está por vir: para chegar até ela, é preciso cruzar uma ponte levadiça sobre um fosso. Sobre a muralha de pedra, descansam velhos canhões, voltados tanto para a terra como para o rio da Prata.
Nem a praça que recepciona os visitantes escapa da linha bélica: originalmente, era dedicada a manobras militares. Fundada em 1680 pelo português Manuel Lobo, a cidade teve como obra inaugural um forte de pedra -algo que não transmitia exatamente uma mensagem de boas-vindas.
Toda essa disputa tinha como base a posição estratégica da cidade: quem dominasse Colônia do Sacramento teria sob seu poder o trânsito de pessoas e mercadorias no estuário do rio da Prata.
Além disso, a cidade oferece o melhor acesso fluvial a Buenos Aires -é de Colônia que sai, diariamente, o buquebus que leva, em viagens de 50 minutos, uma hora ou três horas, à capital portenha (www.buquebus.com).

Passeios
Hoje, a posição privilegiada e os percalços históricos por que passou rendem diariamente a Colônia novas invasões -de turistas. Hospitalidade é a nova palavra de ordem. Casarões centenários abriram suas portas para pousadas aconchegantes e restaurantes com mesas nos pátios internos, rodeados por trepadeiras floridas.
Outros foram transformados em ateliês e lojas de artesanato: um suvenir quase onipresente são as plaquinhas de azulejo -herança lusitana- em que se lê "calle de los Suspiros". Com apenas uma quadra, que leva da praça principal até a beira do rio, essa rua estreita é famosa por representar a influência dos portugueses em Colônia do Sacramento.
Seu pavimento de pedras irregulares -mais fundo no meio da via, para facilitar o escoamento da água- ainda é original, assim como as construções, que guardam características da primeira época colonial, como as paredes incrivelmente grossas, erguidas com barro e pedra.
Os móveis e outros objetos adotados pelos portugueses no período podem ser vistos na Casa de Nacarello, um dos vários museus da cidade -todos acessíveis ao visitante após o pagamento de uma taxa única.

A pé
Embora o charme das ruas e das casas de Colônia convide o viajante a se quedar por ali por um bom tempo, a parte histórica da cidade, incluindo os museus, pode ser percorrida a pé, tranqüilamente, ao longo de apenas um dia.
Quem estiver instalado em Montevidéu pode pegar o ônibus para Colônia na rodoviária de Três Cruces (www.trescruces.com.uy) e chegar à cidade em pouco menos de duas horas -são 117 quilômetros de distância. A passagem, incluindo a taxa de embarque, custa aproximadamente 170 pesos uruguaios (cerca de R$ 13,85).
Só não vale ir embora de Colônia antes de apreciar o sol se pôr atrás do rio da Prata.
(AMARÍLIS LAGE)


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