São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2010

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FOCO

Em NY, obras interativas fazem crítica social no metrô e som no parque

Estação da rua 14 com a 8ª Avenida recebeu trabalhos de Tom Otterness; e o High Line, em Chelsea, ganhou escultura sonora

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Diariamente, milhares de pessoas passam correndo por uma estação de metrô de Nova York sem notar as mais de cem esculturas de bronze espalhadas nas plataformas.
Até que o passageiro decide se sentar para esperar o trem, mas vê o banco ocupado por um boneco que segura um saco de moedas, expressão simpática e tranquila estampada em um rosto redondo e sem muitos detalhes. Perto dali, um jacaré põe a cabeça para fora do bueiro e morde um desavisado, enquanto um policial tira uma sem-teto em miniatura do descanso, e outro repreende um contraventor passando por baixo das grades.
Essas são algumas das situações criadas pelo artista Tom Otterness -nascido no Kansas, mas baseado em NY-, na série "Life Underground" (vida debaixo da terra), exposta desde o início da década na estação da rua 14 com a Oitava Avenida.
As esculturas interativas foram instaladas durante a reconstrução da estação, ao custo de US$ 200 mil (R$ 345 mil) -1% do que foi gasto com a reforma toda-, e estão entre as obras mais populares do metrô nova-iorquino.
Otterness, que tem inúmeros trabalhos espalhados por NY e em outras cidades, procurou embutir certa crítica social às situações engraçadas e ternas criadas para o metrô, enfatizando a divisão de classes e o trabalho dos que reconstruíram o local.

ARTE SONORA
Perto dali, outro passeio para ver arte pública em NY é a High Line, em Chelsea. O parque elevado não só organiza pequenas exibições gratuitas como tem vista para dois marcos recentes da arquitetura da cidade: um prédio comercial desenhado pelo arquiteto Frank Gehry e uma torre residencial de Jean Nouvel, lado a lado.
Na High Line, uma instalação montada no mês de junho usa o barulho para não passar despercebida.
"A Bell For Every Minute" (um sino para cada minuto), de Stephen Vitiello, é uma "escultura de som", que toca campainhas gravadas em diferentes partes da cidade, como o sino da Bolsa de NY, de igrejas ou de bicicletas.
Assim, a obra pode ficar protegida dos vandalismos, que também existem na cidade de Nova York.
A cidade, que já expôs obras de artistas valiosos, como Damien Hirst e Robert Indiana, tem alguns sites que servem como guia para quem quer ver arte nas ruas (ou nas estações de metrô): www.mta.info/mta/aft; www.nycgovparks.org/art e www.publicartfund.org.

FOLHA.com
Leia mais sobre arte pública em NY no blog Pelomundo
pelomundo.folha.blog.uol.com.br


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