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FOCO
Em NY, obras interativas fazem crítica social no metrô e som no parque
Estação da rua 14 com a 8ª Avenida recebeu trabalhos de Tom Otterness; e o High Line, em Chelsea, ganhou escultura sonora
CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK
Diariamente, milhares de
pessoas passam correndo
por uma estação de metrô de
Nova York sem notar as mais
de cem esculturas de bronze espalhadas nas plataformas.
Até que o passageiro decide se sentar para esperar o
trem, mas vê o banco ocupado por um boneco que segura
um saco de moedas, expressão simpática e tranquila estampada em um rosto redondo e sem muitos detalhes.
Perto dali, um jacaré põe a
cabeça para fora do bueiro e
morde um desavisado, enquanto um policial tira uma
sem-teto em miniatura do
descanso, e outro repreende
um contraventor passando por baixo das grades.
Essas são algumas das situações criadas pelo artista
Tom Otterness -nascido no
Kansas, mas baseado em
NY-, na série "Life Underground" (vida debaixo da
terra), exposta desde o início
da década na estação da rua 14 com a Oitava Avenida.
As esculturas interativas
foram instaladas durante a
reconstrução da estação, ao
custo de US$ 200 mil (R$ 345
mil) -1% do que foi gasto
com a reforma toda-, e estão
entre as obras mais populares do metrô nova-iorquino.
Otterness, que tem inúmeros trabalhos espalhados por
NY e em outras cidades, procurou embutir certa crítica
social às situações engraçadas e ternas criadas para o
metrô, enfatizando a divisão
de classes e o trabalho dos
que reconstruíram o local.
ARTE SONORA
Perto dali, outro passeio
para ver arte pública em NY é
a High Line, em Chelsea. O
parque elevado não só organiza pequenas exibições gratuitas como tem vista para
dois marcos recentes da arquitetura da cidade: um prédio comercial desenhado pelo arquiteto Frank Gehry e
uma torre residencial de Jean Nouvel, lado a lado.
Na High Line, uma instalação montada no mês de junho usa o barulho para não passar despercebida.
"A Bell For Every Minute"
(um sino para cada minuto),
de Stephen Vitiello, é uma
"escultura de som", que toca
campainhas gravadas em diferentes partes da cidade, como o sino da Bolsa de NY, de igrejas ou de bicicletas.
Assim, a obra pode ficar protegida dos vandalismos, que também existem na cidade de Nova York.
A cidade, que já expôs
obras de artistas valiosos, como Damien Hirst e Robert Indiana, tem alguns sites que
servem como guia para quem
quer ver arte nas ruas (ou nas estações de metrô):
www.mta.info/mta/aft; www.nycgovparks.org/art
e www.publicartfund.org.
FOLHA.com
Leia mais sobre arte
pública em NY no blog
Pelomundo
pelomundo.folha.blog.uol.com.br
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