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NY VOLTA À CENA
Com decoração natalina, pistas de patinação e bazares, cidade espera ter melhor temporada desde 2001
Metrópole se apruma para o fim do ano
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
Nova York se prepara com entusiasmo para sua melhor temporada de fim de ano desde 2001,
quando os atentados terroristas
do 11 de Setembro espantaram os
turistas americanos e estrangeiros. Hotéis cheios, vôos lotados e
vários ônibus turísticos apinhados de gente mesmo sob um frio
de 2C surpreenderam até quem
vive aqui há tempo.
Como todos os anos, os primeiros vestígios de decoração natalina surgiram em novembro, antes
mesmo de os americanos celebrarem o Dia de Ação de Graças -o
feriado mais tradicional do país,
que desta vez caiu no dia 25.
No dia 30, o que é talvez o símbolo mais tradicional do Natal na
cidade, a árvore do Rockefeller
Center, foi aceso. Dois dias depois, o Empire State Building,
normalmente iluminado nas cores da bandeira dos EUA -azul,
vermelho e branco- transmutou-se em verde e vermelho. Na
Quinta Avenida com a rua 59, foi
acesa a maior menorah do mundo, para celebrar o feriado judaico
do Hanukah, que, neste ano, começou ontem e vai até o dia 15.
Pela cidade, eclodem mercados
natalinos. Abertos até o início de
janeiro, são uma boa oportunidade para comprar peças artesanais
que fogem à produção em massa
institucionalizada nos EUA. Os
preços são os mesmos da lojas,
mas a qualidade e a originalidade
dos artigos compensam. O maior
(e melhor) é o da Union Square,
mas também há no Bryant Park e
no Columbus Circus.
Outra atração de fim de ano são
as pistas de patinação. Esqueça a
famigerada -e superlotada-
pista do Rockefeller Center. Com
o famoso anjinho dourado ao
fundo, ela certamente vale uma
foto. Mas para quem gosta mesmo de andar de patins, o melhor é
ir para o Lasker Rink (rua 107) ou
para o Wollman Rink (na 63).
As pistas ficam no Central Park
e oferecem uma vista privilegiada.
A entrada custa de US$ 4,50 (no
rinque Lasker) a US$ 11 (adultos,
no fim de semana, no Wollman).
O aluguel de patins sai por US$
4,75, e há instrutores à disposição.
Para os eventos culturais, compre em qualquer banca, a revista
"Time Out". Trata-se de um guia
detalhado de tudo o que está
acontecendo na cidade -shows,
peças, filmes, restaurantes, passeios-, incluindo eventos gratuitos (na última semana, eram listados 219 deles). Também não deixe
de consultar o site da Prefeitura
de Nova York (www.nyc.gov),
que traz desde as atrações tradicionais até locais onde estão acontecendo filmagens de TV e cinema.
Revitalização
Se a idéia é fugir de lugares turísticos, nem por isso você deve perder os cartões-postais da cidade,
um belo programa é visitar o Battery Park. No sul da ilha, ele fica
próximo do centro financeiro onde ficava o World Trade Center. À
beira-rio, avista-se a estátua da Liberdade de longe. Se o tempo permitir, não deixe de atravessar a
ponte do Brooklyn a pé. Siga de
metrô (linha A ou C, sentido
Brooklyn) até High Street e volte
caminhando para Manhattan. Serão 20 minutos memoráveis.
A parte sul da ilha, aliás, está
passando por uma revitalização,
com uma campanha para atrair
novas firmas e moradores.
O lugar onde estava o WTC ainda é um imenso buraco, cercado
de arame, onde as primeiras estruturas começando a subir podem ser observadas. No entorno,
fotos contam a história das torres
gêmeas que ruíram no 11 de Setembro. Vendedores tentam faturar oferecendo livros com fotos
dos escombros.
O melhor ponto de observação
do memorial que está subindo ali
é subterrâneo. É preciso descer na
estação WTC do Path, o trem que
leva para Nova Jersey. Pegue a linha para Newark ou Hoboken e
desça na primeira estação, Exchange Place. Na volta, o trem
contorna toda a construção, por
baixo. A viagem dura oito minutos entre ida e volta e custa US$ 3.
Outra cidade
Quem já esteve em Nova York
antes saberá que alguma coisa
mudou. Nem tanto na paisagem,
mas muito nos nova-iorquinos.
Conhecidos no país sob a pecha
de arrogantes e mal-educados,
eles estão mais afáveis, mais solícitos, mais civis. Às vezes até puxam conversa, soltam um sorriso,
oferecem ajuda. O serviço em lojas e restaurantes também melhorou sensivelmente.
É um jeito de resgatar a normalidade, após três anos vivendo sob
uma nuvem de medo e ameaças
constantes bombardeadas pelos
noticiários de TV e pelo próprio
governo. Não se deixe enganar. A
cidade aprendeu a conviver com
suas vulnerabilidades e está mais
receptiva do que nunca.
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