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VIA-CRÚCIS
Empenho é requisito para tirar passaporte
MARGARETE MAGALHÃES
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve da Polícia Federal
-suspensa na semana passada
para retomada das negociações
com o governo- não interrompeu o serviço de emissão de passaportes em São Paulo, mas aumentou os inconvenientes para
obtê-los, exigindo uma boa dose
de paciência dos requerentes.
Segundo o chefe do setor de
passaportes da Polícia Federal,
Wagner Pereira da Silva, a greve
"antecipou o início da alta temporada". Brasileiros de outros Estados vieram a São Paulo para fazer
o documento. Normalmente, são
expedidos de 12 mil a 15 mil passaportes por mês. Nos meses da
alta temporada, esse número varia de 15 mil a 20 mil.
Devido à greve, na segunda-feira passada, o posto de atendimento do shopping Eldorado apenas
entregava passaportes, mas não
aceitava documentos para emissão ou renovação. Entre a quarta e
a sexta-feira da semana passada
(5 e 7/5), as ligações da Folha para
os telefones de informação sobre
passaportes (0/xx/11/3616-5177 e
3616-5166) não foram atendidas.
Também a compra de kits para
obtenção de passaporte através
das agências de correio está suspensa há mais de um mês.
Via-crúcis
As dificuldades para adquirir o
passaporte vão além da paralisação dos funcionários. Há formulários obsoletos vendidos em papelarias, informações incompletas no site e falta de pessoal.
O posto do shopping Ibirapuera
está fechado e voltará a funcionar
no dia 19 deste mês, pois o funcionário da PF responsável pelo local
saiu de férias. "É o drama da PF.
Falta de contingente", diz Silva.
A cidade de São Paulo já teve 11
postos para passaporte, hoje reduzidos a cinco endereços. Há
previsão de que a região ganhe
mais um local até o fim de 2004.
Embora o requerente espere
meia hora entre a retirada da senha e a saída do guichê, ele corre o
risco de perder a viagem, mesmo
com toda a papelada na mão. Há
formulários antigos, vendidos em
papelarias, com dados errados.
"O formulário deles não presta.
Deveriam recolher e fazer um
atualizado", disse uma moradora
de Itapecerica da Serra, que comprou um formulário antigo e, por
isso, preencheu a guia de pagamento com outro código. O atendente não aceitou a papelada.
A Polícia Federal informa que
os "melhores instrumentos para
tirar o passaporte são o site e o telefone do setor" na sede da PF.
Mesmo seguindo os passos recomendados pelo site, dá para errar.
Pede-se o comprovante de voto
da última eleição, mas não há informação de que, em caso de dois
turnos, é preciso levar os dois papéis. O prazo médio de entrega do
passaporte é de dez dias corridos
nos postos e de cinco dias na sede.
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