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MERCADÃO DO SERTÃO
Bode batiza maior parte dos restaurantes
Apesar disso, as casas servem receitas sem carne caprina; manteiga de garrafa acompanha as refeições
ENVIADO ESPECIAL A PERNAMBUCO
Ao procurar lugar para uma
refeição em Caruaru, a primeira coisa que se nota é que boa
parte dos restaurantes tem
"bode" no nome: "Big Bode",
"Bode Mania", "Farra do Bode", entre outros.
Apesar do nome, nesses lugares as opções de pratos não se
resumem àqueles preparados
com a carne do caprino.
No "Recanto do Bode" (no
bairro do Alto do Moura), a
porção de carne de sol para
duas pessoas sai por R$ 13. O
bode assado custa R$ 12. Os
pratos vêm com arroz, feijão
verde, farofa e vinagrete. Para
quem quiser petiscar, a pedida
é o espeto de lingüiça de bode,
que custa R$ 13. Não é necessariamente uma opção leve.
Os caruaruenses, quando
questionados sobre o forte
odor da carne, dizem que o bode, se abatido ainda jovem, não
apresenta o cheiro característico que afugenta quem nunca
provou a carne do animal.
Quando é morto em idade
avançada, a percepção de perigo faz que o animal fique com
medo. Com isso, a adrenalina é
despejada na corrente sangüínea, e daí surge o odor.
Manteiga
Não importa qual seja o restaurante, sobre a mesa, ao lado
dos tradicionais sal e pimenta,
o garçom coloca um vidro ainda
quente contendo um líquido
amarelado. É a manteiga de
garrafa. Ao ser questionado pela reportagem sobre com quais
pratos a manteiga de garrafa vai
bem, o garçom não poderia ter
sido mais direto. "Vai bem com
todos", afirma. E vai. A manteiga é produzida de forma artesanal e pode também ser comprada na feira de Caruaru.
(CLAYTON BUENO)
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