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Vinícolas se concentram em Stellenbosch e nos arredores da Cidade do Cabo; vinhos brancos se destacam
Região de vinho atrai olhar de Bordeaux
HELOISA LUPINACCI
DA REDAÇÃO
Nos arredores da Cidade do
Cabo, as vinícolas sul-africanas
têm chamado a atenção a ponto
de a região Stellenbosch passar
por uma espécie de crise de
identidade: vem sendo chamada de Bordeaux africana.
A crise, na verdade um elogio
à região, não é sem motivo. Nos
últimos anos, donos de "châteaux" (vinícolas) da tradicional região francesa começaram
a investir no país. E a região
mais procurada é Stellenbosch
(www.wineroute.co.za). Como resultado da procura, o festival do vinho dessa região sul-africana, encerrado no domingo, foi aberto com o debate:
"Stellenbosch é a Bordeaux da
África do Sul?", em que foram
degustados vinhos feitos à moda da região francesa.
Mas, assim como Stellenbosch, há outras 14 regiões delimitadas nos arredores da Cidade do Cabo. A mais histórica
de todas é a região de Constantia (www.constantiawineroute.co.za), onde foram plantadas as primeiras videiras, trazidas pelo colonizador holandês.
Pouco tempo depois, os huguenotes (protestantes) franceses aportaram ali e começaram a introduzir o savoir-faire
francês no cultivo da uva e na
produção do vinho.
No entanto, apesar de a África do Sul produzir vinho há
mais de 300 anos -a primeira
videira foi plantada em 1655-,
foi nos anos 1990 que o mundo
começou a conhecer os brancos e tintos sul-africanos, depois do fim do apartheid.
Hoje, são produzidos cerca
de 834 milhões de litros de vinho por ano no país, o que faz
que ele seja o oitavo maior produtor de vinho do mundo.
Estando lá, é preciso provar
algum vinho de uma casta criada no país, a pinotage, resultado do cruzamento da pinot
noir com a cinsault -uva que
eles chamavam de hermitage.
Foi da mistura dos nomes que a
nova casta foi batizada, nos
anos 1920. Ela é uma uva bastante tinta, escurona, e rústica.
Apesar de sua tipicidade, ela
vem cedendo espaço para cabernet sauvignon e syrah.
É nos brancos, porém, que o
país se destaca. Os vinhos sauvingon blanc são comparados
aos neozelandeses. E os chardonnays atraem cada vez mais
fãs, apesar de, até 1983, não haver essa uva no país.
Até a proporção da quantidade de uvas tintas e brancas
plantadas reflete o prestígio
dos vinhos brancos. Em 2000,
as castas brancas ocupavam
16,3% da área de vinhedos
plantada. Em 2005, ocupavam
74% da área de cultivo.
Exemplares desses vinhos
podem ser provados em passeios de um dia ou mais. Todas
as regiões possuem rotas turísticas organizadas e com sites.
Em algumas vinícolas, basta
bater à porta para ser atendido,
conhecer as instalações e provar os produtos locais. Em outras, é preciso agendar a visita.
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