São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2006

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internacional

Viajantes fogem de crise no México

Comércio da capital perde US$ 23 bi por dia

DA ASSOCIATED PRESS

Uma cabeça humana flutua na baía de Acapulco. Manifestantes assediam turistas em Oaxaca. E, na Cidade do México, grupos tomam conta da avenida Reforma e do zócalo, afastando os visitantes.
A crise política e a violência gerada pelo tráfico de drogas estão fazendo estrangeiros pensarem duas vezes antes de ir ao México, onde a indústria do turismo movimenta US$ 11,8 bilhões e é a terceira fonte legal de dinheiro, atrás do petróleo e da emissão de dinheiro de migrantes nos EUA.
O setor enfrenta adversidades desde outubro de 2005, quando o furacão Wilma varreu Cancún, o principal destino do país. Agora, apesar de ainda não terem sido registrados incidentes com turistas, milhares de reservas de hotéis já foram canceladas.
Na Cidade do México, hotéis, restaurantes e lojas perdem US$ 23 milhões por dia, de acordo com a Câmera de Comércio, Serviços e Turismo da capital mexicana.
Em Oaxaca, os manifestantes, reclamando de fraude na eleição para o governo do Estado, sitiaram o zócalo, praça que concentra pontos turísticos. A intenção é provocar a renúncia do governador Ulises Ruiz.
Enquanto isso, em Acapulco, à beira do Pacífico, gangues de droga batalham pelo controle do mercado local e jogam cabeças humanas nas águas da baía.
Já na Cidade do México, apoiadores do candidato esquerdista Andrés Manuel López Obrador, derrotado na eleição de julho deste ano por Felipe Calderón, tomam conta do zócalo e da avenida Reforma, que liga o parque de Chapultepec ao centro histórico, para pressionar a recontagem dos votos. Museus, restaurantes e hotéis estão vazios.
Autoridades do turismo afirmam que as coisas podem ficar ainda piores. "Se essa situação se mantiver por mais uma semana ou dez dias, alguns hotéis entrarão em uma situação desesperadora", diz Carlos Mackinlay, diretor do órgão de promoção turística da capital.
Para piorar, a tranqüilidade de Cancún foi quebrada nesta semana, quando homens abriram fogo contra Sam Rodriguez, investigador que trouxe à luz o envolvimento de autoridades e policiais com o tráfico de drogas. A península de Yucatán se tornou escala da rota que leva cocaína da América do Sul para os EUA.


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