São Paulo, segunda, 10 de novembro de 1997.



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Região recebe turistas 'cíclicos'

free-lance para a Folha

Durante o verão, é comum encontrar na Patagônia um tipo de viajante independente e interessante. Trata-se do cicloturista.
Sobre sua bicicleta, ele cobre as distâncias entre os parques nacionais e leva a bagagem em alforjes (espécie de mochila especial para ciclistas). Chegando aos parques, o cicloturista deixa a bicicleta em uma das "guarderias" e parte para as caminhadas.
A bicicleta é um meio de transporte extremamente versátil e proporciona muita liberdade ao turista, além de colocá-lo em contato direto com a natureza. Por fim, a bicicleta proporciona outra aventura: a de conquistar o avanço com as próprias forças.
O cicloturista não depende do transporte convencional para se locomover e também não precisa de hotéis pela estrada, já que leva consigo barraca, fogareiro e comida para vários dias.
Apesar de ser uma alternativa de turismo radical, um número cada vez maior de cicloturistas invade a Patagônia todos os verões, vindos de várias partes do mundo.
Os estilos de cicloturistas variam, e as distâncias percorridas por eles, também. Há pessoas realizando viagens de um mês, outras de alguns meses, e outros que estão na estrada por anos até. Isso porque viajar de bicicleta é apaixonante e requer pouco dinheiro.
Carona
Quando o vento ou a chuva se tornam um obstáculo grande demais, o cicloturista apela para um recurso muito interessante e popular na Patagônia, a carona.
Os gaúchos do interior da Argentina e do Chile são extremamente solícitos e hospitaleiros, apesar de terem uma aparência imponente.
Basta fazer sinal com a mão, e os carros param. Raramente um motorista ignora um pedido de ajuda. Para facilitar ainda mais a vida dos ciclistas, é muito comum encontrar picapes circulado pela Patagônia, e, por isso, as bicicletas podem ser transportadas facilmente.
O cicloturista pode assim estabelecer um contato direto com os moradores, o que permite conhecer a cultura local com maior profundidade.
Pegar carona não é privilégio exclusivo do cicloturista. Há muitos mochileiros de carona pelas estradas argentinas e chilenas.
Muitos são estudantes argentinos, que partem em direção ao sul do continente em uma viagem despreocupada. Encontram-se também muitos europeus e um grande número de israelenses.
Viajar de carona é uma experiência enriquecedora para aqueles com tempo suficiente. É um exercício de liberdade e de convívio com outras culturas, além de uma lição sobre as incertezas decorrentes de uma aventura.
A pé
Mas a atividade que realmente une todos os turistas na Patagônia é o trekking.
Não importa como você viaje. De carona, de bicicleta ou em excursão, chegará uma hora em que você precisa caminhar para se aproximar das montanhas e dos pontos interessantes da Patagônia.
Há trilhas para todos os gostos. É possível passar dias seguidos caminhando e acampando pelos parques. Você também pode fazer caminhadas mais curtas, visitando apenas alguns locais escolhidos.
O trekking é uma atividade saudável, praticada por pessoas de todas as idades.
Durante o verão na Patagônia, os parques nacionais abrigam os mais variados grupos de visitantes.
Escolas em excursão, idosos, grupos de amigos, turistas com guias e pessoas sozinhas. Todos unidos no prazer de caminhar em meio a um ambiente extremamente belo e incontaminado.
Se você pretende praticar trekking na Patagônia, saiba que é fundamental levar agasalho contra o frio e também roupas impermeáveis, pois chove com frequência.
Na mochila, que deve ter uma armação para sustentar o peso da carga, leve todo o equipamento necessário para acampar: barraca, saco de dormir, fogareiro, panelas, comida, roupas etc. (MM)



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