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UM LUGAR AO SUL
19 cinemas vêm à luz em Floripa
Ilha de Santa Catarina não abria sala escura desde 1998; opções mais que triplicam
DO ENVIADO ESPECIAL A SANTA CATARINA
A sétima arte ganha espaço: a
Grande Florianópolis terá diversos novos abrigos para os
seus não tão raros dias de chuva. Com atuais nove salas de cinema, mesmo número com que
terminou os anos 1990, a capital catarinense deverá contabilizar 28 delas em alguns meses.
As salas são maiores e mais
bem equipadas que as de hoje.
Todas as previsões são para
março ou abril. O Iguatemi Florianópolis terá sete salas. O
Floripa Shopping, com lojas já
abertas, também. O shopping
Itaguaçu, em São José, parte da
Grande Florianópolis, somará
cinco às três atuais.
Não há circuito alternativo à
vista, mas pelo menos algumas
sessões. O Cine System, no
Iguatemi, promete reservar horários matutinos como 10h30
ou 11h para filmes menos comerciais. Por enquanto, o CIC,
Centro Integrado de Cultura,
de 1982, é a maior sala com filmes assim em cartaz.
O Bar Cine York, em São José, na Grande Florianópolis,
abriu em 1998 e mistura uma
programação como a do CIC a
filmes "blockbuster". Caso
também do pequeno e quase
anônimo Cine Clube Sol da
Terra, Na Lagoa da Conceição.
Nos anos 80, o centro da cidade tinha os cines Coral (depois Carlitos), Ritz, Cecomtur e
São José. Alguns duraram até o
comecinho dos anos 90. Fenômeno típico, o São José é hoje
uma igreja universal.
Produção
A produção cinematográfica
local cresce a passos menores
que os das salas. Inclusive há
um documentário de 2006 chamado "Matou o cinema e foi ao
governador" -dez curtas que
compõem um longa sobre as
políticas culturais do Estado.
Oficialmente, Santa Catarina
tem três títulos: "O Preço da
Ilusão", de Nilton Nascimento,
de 1957, "Procuradas", de Zeca
Pires, de 2004 (leia mais nesta
página), e "Seo Chico, Um Retrato", de José Rafael Mamigoniam, de 2005. Os três foram
filmados na ilha. Pires lançará
outro longa com filmagem local, "A Antropóloga".
"Seo Chico, Um Retrato", documentário, perfila um lavrador do Ribeirão da Ilha, bairro
(ainda mais) arcaico na época
em que Chico era vivo e mantinha ali o último engenho à tração animal da cidade. Ele foi assassinado em 1996. Figura emblemática do sul de Florianópolis, recebia visitas para beber
cachaça e ter sábias conversas.
Mais sobre o filme pode ser visto em www.seochico.com.br.
Santa Catarina é o Estado do
cineasta Rogério Sganzerla
(1946-2004), notório pelo filme "O Bandido da Luz Vermelha", de 1968, sobre um assaltante que usava uma lanterna
vermelha e técnicas extravagantes para roubar casas paulistanas de luxo.
(TM)
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